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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, no início deste mês, uma pesquisa demonstrando que a produtividade da agricultura brasileira cresceu 400% entre 1975 e 2020. O estudo foi realizado em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP).
A pesquisa analisou a taxa de Produtividade Total dos Fatores (PTF) na agricultura, composto de uma relação entre os produtos e o índice de insumos utilizados. Os produtos considerados constituem um total de 75 itens, entre produtos das lavouras temporárias e permanentes, produção animal e de carcaças. Os insumos considerados foram as áreas de terras (lavouras e pastagens), máquinas agrícolas, mão de obra, fertilizantes e defensivos.
Durante o período estudado, o aumento do índice de produtos foi de 87%, enquanto o de insumos foi de 13%, assim o PTF foi de aproximadamente 400%. Outra descoberta da pesquisa foi o destaque da produtividade brasileira em relação ao crescimento da produtividade mundial, principalmente a partir da década de 2000. Entre 2000 e 2019, por exemplo, a PTF brasileira cresceu cerca de 3,2% ao ano, enquanto a média mundial foi de 1,7%.
Os autores da pesquisa destacam a importância da tecnologia para o aumento da produtividade agropecuária brasileira. Um dos órgãos importantes para o avanço das aplicações de pesquisas no campo foi a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), criada em 1973, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O órgão surgiu com o objetivo de desenvolver bases tecnológicas para uma agricultura e uma pecuária adequadas ao clima tropical brasileiro.
Além disso, vários fatores contribuíram para o avanço da produtividade, como a forte mecanização do campo, fortes políticas estatais — de criação de empréstimos e linhas de crédito — e reformas do sistema de pesquisa e financiamento de produção.
Entre os produtos com destaque no aumento da produtividade no período estão a soja, a cana-de-açúcar e o milho. O crescimento dessas culturas está fortemente ligado à incorporação de novas áreas de plantação no Cerrado nordestino.
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Perspectivas para o futuro
O agronegócio do Brasil tem um papel fundamental em garantir a segurança alimentar dos brasileiros e de habitantes de vários outros países. O País é o segundo maior exportador de alimentos do mundo em volume, atrás apenas da China, e o quinto maior exportador em receitas em dólar, segundo dados Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Os últimos anos têm demonstrado a importância da agricultura para a economia brasileira. Em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro cresceu 8,36%, segundo os dados do Cepea em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Com esse crescimento, o agronegócio foi responsável por 27,4% no PIB brasileiro.
Com a alta das commodities e a maior receita de exportações, especialistas acreditam que a participação do agronegócio no PIB 2022 deve ultrapassar 30%.
Ainda segundo os pesquisadores do Cepea, os destaques no crescimento agropecuário em 2021 foram os segmentos primários, com crescimento de 17,52%, e o de insumos, com crescimento de 52,63%.
Dessa forma, enquanto o PIB agrícola cresceu 15,88% entre 2020 e 2021, o PIB pecuário recuou 8,95% no mesmo período. Segundo o Cepea, os motivos para o recuo no setor pecuário foram, principalmente, os custos dos insumos, nas porteiras e nos agrosserviços do ramo.
Fonte: IPEA, Cepea/Esalq, Climate Field View, Embrapa