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A safra 2020/21 de café do Paraná, sexto maior produtor do grão no Brasil, deverá ter um volume de 52,4 mil toneladas, segundo a última estimativa mensal do Departamento de Economia Rural (Deral), ligado à Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). A colheita será 9% menor do que a temporada anterior, quando foi registrada a produção de 57,8 mil toneladas e 6,5% inferior a 2018/19, que teve 56 mil toneladas de grão colhidas.
O principal motivo para isso é a redução da área de cultivo nas últimas temporadas, que caiu quase 10%, saindo de 36,8 mil hectares na temporada 2018/19 para 33,3 mil hectares em 2020/21. Enquanto isso, no mesmo período, a produtividade se manteve estável e deverá registrar uma média de 1.576 quilos por hectare nesta safra, frente a 1.520 quilos por hectare em 2018/19.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) espera que a produção total brasileira fique entre 43,8 milhões e 49,5 milhões de sacas de café na safra 2020/21, uma retração entre 30,5% e 21,4% em comparação à temporada passada. A redução é fruto da bienalidade negativa deste ano e das condições climáticas adversas.
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Situação da safra de café
Apesar das adversidades climáticas, os cafezais paranaenses estão em boas condições. (Fonte: AEN/José Fernando Ogura)
A diminuição da área de cultivo do café no Paraná na safra atual é reflexo da competição com cultivos anuais com maior valorização. Com a perda natural do vigor dos cafezais ao longo dos anos, os produtores têm preferido erradicar a cultura e introduzir o cultivo de graníferas, como a soja.
Além disso, nesta safra, os cafezais sofreram com o clima. O nível baixo de precipitações até o início de outubro de 2020 prejudicou o bom pegamento da primeira florada. Com o retorno das chuvas no final de outubro, elas ocorreram de maneira mais uniforme e concentrada, no entanto, atrasadas.
No final de abril, segundo a Seab, 81% dos cafezais paranaenses ainda estavam em frutificação, e apenas 19% em maturação. Com isso, a colheita deve ser iniciada em maio, atingindo o pico entre junho e julho, podendo se estender até setembro, caso o inverno seja chuvoso. O órgão considera que a maioria das áreas a serem colhidas se encontra em bom estado.
Rota do café
A principal região produtora de café do Paraná é o Norte do estado. Em 1962, a localidade chegou a responder por 58% da produção global, e Londrina foi considerada a capital mundial do grão. O ciclo da cultura foi interrompido por uma forte geada em 1975, que dizimou os cafezais.
A partir do início do século 21, a tradição cafeeira voltou ao local acompanhada de inovações tecnológicas, melhorias práticas e a produção de café especiais. Em 2012, o Norte Pioneiro do Paraná conquistou o selo de Indicação Geográfica e Procedência, concedido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para explorar o café como uma alternativa de turismo, os empresários do Norte paraense resolveram formar a associação Rota do Café. A entidade, que contou com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), tem como objetivo principal resgatar a história da cafeicultura no Paraná.
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Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Agência Estadual de Notícias do Paraná (AEN-PR).