4 motivos da alta do preço do arroz em 2021

25 de março de 2021 3 mins. de leitura
Apesar do início da colheita, cotação de arroz segue firme e deve se manter em patamares elevados ao longo de 2021

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O preço da saca de 50 quilos de arroz subiu 109% no Rio Grande do Sul entre março, quando começou a pandemia no Brasil, e setembro de 2020, de acordo com informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). E, mesmo com a retração provocada pelo início da colheita, a cotação se mantém em um patamar 72% superior ao do período antes da crise sanitária.

O grão deve continuar valorizado ao longo de 2021, segundo avaliação de técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Isso mesmo considerando uma redução no consumo nacional do produto prevista em 200 mil toneladas, em decorrência da crise econômica e da redução substancial do valor do auxílio emergencial.

De acordo com a estatal, o preço da saca de 50 quilos deve ficar de R$ 72 a R$ 82 ao longo do ano. Os valores são um pouco menores do que a cotação recorde acima de R$ 100 registrada em 2020, mas ainda muito acima da média de R$ 50 registrada antes da pandemia. Entenda quais foram os fatores que levaram a essa valorização do grão e que devem continuar sustentando a cotação em 2021.

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1. Aumento do consumo do arroz

Consumidores chegaram a pagar R$ 40 pelo quilo do arroz no supermercado. (Fonte: Shutterstock/Janine Passos/Reprodução)
Consumidores chegaram a pagar R$ 40 pelo quilo do arroz no supermercado. (Fonte: Shutterstock/Janine Passos/Reprodução)

O isolamento social e o pagamento do auxílio emergencial fizeram as vendas de arroz subirem 28% entre março e julho de 2020 no Rio Grande do Sul, o maior produtor nacional do grão. Em 2021, o valor do auxílio pago pelo Governo Federal deverá ser menor, mas as medidas restritivas continuarão em vigor, o que deve sustentar a valorização do alimento.

2. Desabastecimento do mercado mundial

Para garantir a sua segurança alimentar, a China, a Índia e o Vietnã, grandes produtores mundiais, deixaram de exportar parte de suas produções. Somado ao aumento de consumo, isso fez os estoques mundiais do grão caírem.

3. Valorização do dólar

O dólar deve continuar valorizado sobre o real em 2021. (Fonte: Shutterstock/Adriano Kirihara/Reprodução)
O dólar deve continuar valorizado sobre o real em 2021. (Fonte: Shutterstock/Adriano Kirihara/Reprodução)

O real foi a moeda mais desvalorizada frente ao dólar de 31 de janeiro de 2020 a 29 de janeiro de 2021, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A moeda norte-americana subiu 21% frente ao real no período. Isso tornou as exportações mais atrativas do que o mercado interno para os rizicultores, pressionando os preços no Brasil. Durante 2021, o dólar deve seguir acima dos R$ 5, o que deve continuar incentivando as vendas externas.

4. Custos da lavoura

Os custos da lavoura também se elevaram em 2020, principalmente por conta da alta dos fertilizantes. O Brasil importa grande parte dos insumos, que são cotados em dólar. Como a moeda americana deve continuar valorizada, o preço pago pelo produto não deve diminuir em 2021.

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Fonte: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

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