Os impactos do coronavírus no agronegócio

23 de março de 2020 4 mins. de leitura
Apesar de comprometer exportações, ministra garante abastecimento

A pandemia da proliferação do novo coronavírus vem causando impactos no mundo todo e diversos setores já sentem diretamente algumas dessas mudanças. Neste novo contexto, a indústria do agronegócio precisa ficar atenta ao cenário, principalmente criando estratégias para tentar prever o que pode acontecer nos próximos meses e se antecipar.

Impactos na produção

Com a alta do dólar influenciada pela crise causada pelo surto da covid-19, alguns agricultores já encontram dificuldades na produção devido ao encarecimento de insumos e no aumento no valor do custo dos transportes para exportação. Alimentos comuns na mesa de alguns brasileiros, como frutas e verduras, podem sofrer variação de preço nesse momento, já que a moeda brasileira está desvalorizada em relação ao dólar.

(Fonte: Shutterstock)

Apesar disso, o repentino aumento do valor da moeda americana pode ter um reflexo positivo para as exportações brasileiras, já que alguns produtos, como a soja, podem ser vendidos a um preço maior.  De qualquer modo, por mais que seja um momento de incertezas, principalmente para a área econômica, o governo tem uma boa perspectiva para a safra de grãos de 2020-2021 e acredita que esta deva chegar a produzir mais de 250 milhões de toneladas (4,1% se comparado a 2019) segundo projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Já para o consumo interno, de acordo com o governo, a produção continua seguindo seu fluxo normal. Segundo afirmou Tereza Cristina, chefe do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a produção de alimentos no Brasil continua fluindo normalmente e não faltará alimento para a população durante esse período. A declaração da chefe foi feita durante um evento promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que ocorreu em 18 de março.

O mundo em isolamento

A União Europeia é uma grande importadora dos produtos brasileiros, e essa demanda pode sofrer um considerável impacto devido à covid-19. A evolução rápida da doença e a sua proliferação em grande escala na Europa têm feito boa parte dos governos optarem por fechar suas fronteiras, dificultando a entrada de diversos produtos.

Um exemplo disso é o café brasileiro, que é usado tanto em restaurantes como em estabelecimentos europeus e terá seu consumo reduzido enquanto esses locais estiverem fechados devido às restrições de fluxo de pessoas.

(Fonte: Shutterstock)

Além disso, a diminuição do fluxo de pessoas também reduz o consumo e desacelera o mercado internacional. Com as recomendações dos governos para a população evitar aglomerações e locais onde o fluxo de pessoas seja intenso, os hábitos dos moradores acabam mudando, com muita gente comprando somente o básico para passar por este momento.

De qualquer maneira, por mais que haja um fechamento para a contenção do contágio, nem tudo é desesperador para a agricultura nacional. Segundo dados do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV), a China (que sofre com o vírus desde o fim do ano passado) teve um crescimento de quase 71% na exportação de aves e suínos em fevereiro deste ano ao se comparar a esse mesmo período em 2019. Com as recentes notícias sobre o controle dos casos da doença no país asiático, pode-se manter a esperança de que o mercado chinês retorne à normalidade.

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Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Estadão.

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