Oferta de produtos do agronegócio será mantida, acreditam empresários

23 de junho de 2020 4 mins. de leitura
Empresa de consultoria entrevistou empresários para medir as impressões sobre os impactos da pandemia no agronegócio brasileiro
O empresariado brasileiro acredita que a oferta de produtos será mantida pelo agronegócio durante e após a pandemia. É o que demonstra uma pesquisa realizada pela consultoria PwC Brasil. O estudo Impactos da covid-19 no agronegócio brasileiro apontou que 54% dos empresários consultados creem que não haverá alterações relevantes na disponibilidade de produtos depois da crise sanitária. Outros 47% acreditam que a média de vendas do setor será mantida.

Como a pandemia afeta o agronegócio

Medidas de proteção contra a covid-19 podem aumentar os custos de produção no campo. (Fonte: Shutterstock)
Um dos impactos apontados pela pesquisa é a redução da mão de obra no campo: 42% dos empresários consultados acreditam que deve haver uma diminuição, ainda que pouco significativa, devido à aceleração da digitalização de processos e serviços na cadeia agropecuária. As áreas mais afetadas no setor devem ser o varejo (citado por 23% dos entrevistados), consumidor final (15%) e a indústria depois da porteira (14%), como as empresas de máquinas agrícolas — impactadas pelos juros altos de financiamento e pela ausência de oportunidades de negócios, como feiras agrícolas. Além disso, o relatório da PwC Brasil apresenta um estudo amplo dos impactos em curto e longo prazos provocados pelo coronavírus no agronegócio.

Impactos na oferta

Por causa do isolamento social, alguns países fecharam as portas para o mercado internacional. Com isso, a falta de produtos como defensivos, fertilizantes e trigo pode impactar alguns segmentos no Brasil.

Impactos na demanda

A pandemia pode provocar uma recessão econômica, reduzindo a renda da população em longo prazo. Em curto prazo, o isolamento aumentou a demanda por produtos mais imperecíveis, como soja, milho, trigo e café; ao mesmo tempo, afetou negativamente os produtos perecíveis, como frutas, legumes, flores, carnes e lácteos. Com a redução da circulação de veículos provocada pela quarentena, o preço do etanol hidratado despencou 34%, segundo o Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada (Cepea/USP). A covid-19 também afetou fortemente o algodão, com a paralisação da indústria têxtil e o barateamento das fibras sintéticas, acompanhando a queda no preço do petróleo. Por outro lado, a demanda do setor de laranja tem crescido. O consumo aumentou cerca de 10% em março nos Estados Unidos, maior consumidor do mundo, pelo fato de a fruta ser uma fonte rica em vitamina C.

Impactos nos custos

Os custos de produção podem ser afetados pelas adaptações necessárias para combater a covid-19. Produtos importados, como trigo, fertilizantes e agroquímicos ficam mais caros por conta da alta do dólar em relação ao real. Uma redução pode ser sentida no custo do transporte interno da colheita e no frete para escoamento da safra, devido à queda no valor do diesel, influenciado pela baixa dos preços internacionais de petróleo.

Impactos nas receitas

Dólar chegou a acumular alta de 45% no ano, marcando valores perto de R$ 6, o que beneficia a exportação de grãos, mas impacta negativamente a importação de insumos. (Fonte: Shutterstock)
A desvalorização do real em relação ao dólar contribui para o aumento das receitas nas exportações, compensando parte da perda com a queda dos preços das commodities agrícolas. Grãos como soja, café e algodão são favorecidos com a variação cambial, exceto nos casos de preços fixados com operações derivativas. O milho, no entanto, deve sofrer uma redução no preço. Isso acontece tanto por conta da previsão de boa colheita da segunda safra no Brasil quanto pelo excesso de oferta gerado pela paralisação da indústria de etanol dos Estados Unidos. Quer ficar por dentro das novidades do agro? O Summit Agronegócio reúne especialistas e autoridades para discutir os temas mais relevantes do setor, como sustentabilidade, fruticultura, seguros, SIF, agroquímicos e abastecimento. Faça parte da evolução do agro e participe do evento mais completo do setor. Para saber mais, é só clicar aqui! Fonte: PwC.

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