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A carne bovina teve aumento de 23,64% para o cliente final na comparação entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021, segundo levantamento realizado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas). A alta fez que o consumo brasileiro da proteína caísse para 29,3 quilos por habitantes no ano passado, em redução de 5% se comparado aos níveis de 2019, chegando ao menor índice desde 1996, quando a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) começou a realizar a série histórica.
A elevação do valor da carne, no entanto, não significa ganho maior para os pecuaristas; isso porque diversos fatores internos e externos têm influência direta na composição do custo de produção e na variação do preço da proteína.
Alta do preço do boi gordo
O preço do animal terminado alcançou, no início de fevereiro, a cotação de R$ 300 por arroba, bruto e à vista, em São Paulo. O valor representa alta de mais de 57% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a arroba custava R$ 190, e quase o dobro em relação a 2019, quando o boi gordo era negociado a R$ 152 por arroba.
Esse movimento foi puxado principalmente pela reposição do plantel. Entre 2015 e 2018, a pecuária brasileira teve baixa atratividade para a produção de bezerros, o que levou ao abate de fêmeas e à redução do número de matrizes e, consequentemente, de crias. No último trimestre de 2018, as cotações de bezerro começaram a reagir à baixa disponibilidade, o que gerou tendência de alta dos preços pagos pelos animais.
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Influência externa na carne bovina
A variação acumulada do Custo Operacional Efetivo subiu consideravelmente em 2020, comprometendo a lucratividade dos pecuaristas. De acordo com um relatório divulgado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a alta chegou a 45% nos sistemas de recria e engorda no Estado do Mato Grosso.
O aumento dos custos foi impulsionado pela alta da ração animal causada pela procura internacional por soja. A recuperação do plantel de suínos na China, por exemplo, gerou demanda recorde do grão em 2020, quando foram embarcadas 16,9 milhões de toneladas. O milho também teve exportação nacional significativa no período. Além disso, as vendas de carne bovina para atender aos pedidos internacionais ajudaram a reduzir os estoques dos grãos no mercado interno.
Com o aumento do custo para o produtor, a redução do rebanho produtivo e a atratividade do mercado internacional, os preços no mercado brasileiro decolaram.
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Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Beef Point, Associação Paulista de Supermercados (Apas).