Mulheres rurais: a força feminina na transformação do campo - Summit Agro

Mulheres rurais: a força feminina na transformação do campo

27 de novembro de 2019 4 mins. de leitura

Com poder de decisão e olhar atento para as tecnologias, as mulheres rurais têm liderado o campo rumo a um futuro promissor

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O futuro chegou ao campo, e isso não se restringe ao uso de tecnologias, softwares e maquinários avançados; as mulheres rurais têm conquistado cada vez mais espaço, tornando-se protagonistas e líderes das fazendas.

Com envolvimento em etapas diversas de produção, gestão e comercialização, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) mostra que o Brasil tem, hoje, 14 milhões de produtoras rurais.

Esse número representa mais de 30% da força de atuação do agronegócio brasileiro, que em 2006 era de apenas 12%. O crescimento avassalador da atuação das mulheres no campo é uma realidade que precisa ser reconhecida e valorizada.

(Fonte: Shutterstock)

A valorização da mulher no campo

Apesar da atmosfera positiva, dados do Ministério da Agricultura (Mapa) revelam que em 2015 apenas metade das mulheres rurais era economicamente ativa. Além disso, cerca de 30% não recebiam nenhum tipo de rendimento por seu trabalho no campo.

Para garantir a evolução do público feminino no agronegócio, o próprio Mapa e outros órgãos de apoio têm desenvolvido projetos para incentivar, agregar valor e dar visibilidade ao trabalho das produtoras rurais. A campanha Mulheres Rurais é um exemplo de iniciativa que busca a igualdade de gênero e, principalmente, o combate à violência.

Com o crescimento populacional e as estimativas para os próximos anos, o aumento da produção por meio de soluções sustentáveis e tecnológicas será essencial. Por isso, garantir condições dignas e direitos básicos, como saúde, educação, boas condições de trabalho e de descanso e qualidade de vida, é o mínimo a ser feito para estimular as produtoras a manterem seu papel fundamental na economia.

Cenário atual e empoderamento feminino

Na cidade ou no campo, as mulheres têm passado por uma nova fase de voz ativa e posicionamento forte. Cada vez mais antenadas e conectadas, sua proatividade e o empoderamento têm garantido lugares de destaque para elas nos empreendimentos rurais.

A 4ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, realizado em São Paulo, contou com quase 2 mil participantes ativas no mundo agro em inúmeras funções nos processos de produção. No entanto, foi constatado que a maioria dos perfis das produtoras tinha relação direta com a gestão e a administração no campo.

Com protagonismo nas tomadas de decisão nos empreendimentos rurais, a força feminina tem levado o futuro para dentro das propriedades com atualizações de sistemas de gestão e outras soluções eficazes vindas do uso da tecnologia. Eventos regionais têm fortalecido constantemente essa união, oferecendo cada vez mais informação e promovendo a comunicação no setor.

(Fonte: Shutterstock)

Capacitação e acesso à informação

Ainda de acordo com pesquisas recentes da Abag, 60% das produtoras rurais têm ensino superior completo, 55% acessam a internet diariamente e 57% participam de forma ativa de sindicatos e associações rurais. Portanto, podemos concluir que a capacitação e o acesso à informação são bases fundamentais para os resultados positivos.

Afinal, elas não estão lutando por espaço apenas por um movimento, mas para realmente mostrar suas capacidades e fazer a diferença em suas funções. Prova disso está no domínio feminino na administração e gestão das fazendas, que resultam em maior produtividade, redução de custos e aumento de lucro para os produtores.

A integração das profissionais mais jovens nas propriedades rurais também tem ajudado a transformar a vida da mulher do campo que não tem esse acesso à informação ou educação. Ao compartilhar conhecimento, despertar a curiosidade e o pensamento crítico, estimular a busca pelos direitos e trabalhar em união pelo desenvolvimento nasce uma nova era para as empreendedoras do agro.

Mesmo diante de desafios como desigualdade, preconceito, intolerância e violência, o poder feminino tem persistido e conquistado seu espaço dia após dia. Ainda há muito trabalho a ser feito nesse aspecto — dentro e fora das propriedades rurais — mas as perspectivas e pesquisas mostram uma evolução positiva e animadora.

Além de uma sociedade mais justa, os dados indicam que reconhecer o valor da mulher rural promove a agricultura moderna, o desenvolvimento sustentável e o crescimento do agronegócio na economia. Por isso, as discussões sobre essa pauta são sempre bem-vindas.

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Fontes: Ministério da Agricultura, Associação Brasileira do Agronegócio.

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