Conheça o mais relevante evento sobre agronegócio do País
Uma estimativa divulgada na última semana de maio, pela consultoria Safras & Mercado, mostrou que a produção brasileira de milho 2020/21 deve alcançar 95,2 milhões de toneladas. A projeção é 10,85% menor do que a feita em abril, por conta da estiagem que comprometeu a produção do milho safrinha em maio.
Com as recentes e constantes quedas no preço do milho na B3 e nos mercados internacionais, produtores estão buscando vender mais para o mercado interno. A perspectiva de baixa produtividade, no entanto, eleva o preço que os brasileiros pagam pelo grão.
A tendência para o milho no segundo semestre de 2021
O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado na primeira quinzena de maio, demonstrou um viés de baixas para o milho na Bolsa de Chicago. Essa movimentação alterou o comportamento dos produtores para o segundo semestre de 2021, fazendo eles destinarem uma maior parte de sua produção para o mercado interno.
Essa mudança tende a ser favorável para o setor agropecuário, que tem sofrido com os valores recordes dos grãos de soja e milho – principais produtos da alimentação dos animais que compõem a pecuária brasileira e responsáveis pela maior parte dos custos de produção animal no País.
De acordo com a perspectiva da consultoria Safras & Mercado, “o mercado exportador observou que é melhor vender no mercado interno do que externo. Acreditamos que entre 800 mil e 1 milhão de toneladas foram negociadas em maio entre tradings e indústrias internas”, explicou Paulo Molinari, consultor da Safras & Mercado.
No entanto, de acordo com Molinari, ainda não é hora de comemoração. Com a menor produtividade da safrinha, é possível que o preço do milho continue pressionando o mercado interno.
Leia também:
Faturamento do agronegócio deve atingir R$ 1,192 trilhão
Conheça 8 alternativas ao milho e à soja na ração animal
Plano Safra 2021/2022: cooperativas pedem aumento de recursos
Perspectivas para o mercado externo
A análise de Safras & Mercado também avaliou as movimentações do mercado externo. Segundo Paulo, os chineses querem controlar o preço do seu mercado interno, o que – considerando que a Ásia é a principal compradora mundial de milho – pode acabar impactando o mercado internacional.
O consultor ainda afirma que agências internacionais espalharam o boato de que a China cancelaria os contratos com os Estados Unidos – notícia que não foi confirmada pelo USDA.
Toda a pressão na Bolsa de Chicago ocasionou a queda do preço no Brasil, mas a quebra na safrinha deve impedir que essa baixa continue. De acordo com Molinari, essa pode ser a pior quebra de safra da história brasileira.
A previsão de colheita para a segunda safra é de 55 a 60 milhões de toneladas. Sendo assim, as exportações nos próximos meses devem diminuir, caso contrário, o País poderá enfrentar um desabastecimento no início de 2022.
Não perca nem um fato que acontece no agronegócio. Inscreva-se em nossa newsletter.
Fonte: Mais Soja, Agro Regional.