Mercado da soja em 2020 deve bater recorde

30 de março de 2020 3 mins. de leitura
A colheita da safra 2019/2020 da soja se encaminha para marcar recorde histórico, mesmo afetada pela estiagem no Rio Grande do Sul e com o coronavírus se espalhando pelo mundo

Principal cultura agrícola do país, a soja tem extrema importância para a balança brasileira. A oleaginosa é também líder no ranking de produtos mais exportados há mais de duas décadas. Por ser uma cultura de rentabilidade garantida, ganha mais espaço a cada ano. Para a safra 2019/2020, a previsão é de um recorde histórico.

Segundo estimativa da INTL FCStone sobre a safra de grãos, espera-se a colheita de 124,2 milhões de toneladas de soja — o que representa 6% a mais do que foi colhido na safra passada, segundo a Aegro. Dessa produção, aproximadamente 34,5 milhões de toneladas serão do Mato Grosso, que é o maior produtor brasileiro de soja.

(Fonte: Pixabay)

As perspectivas são bastante positivas no mercado da soja, pois, além da produtividade, outra alta movimenta a negociação da oleaginosa: a do dólar. Isso torna a exportação uma boa opção, pois os produtores foram plantados com o dólar barato e serão vendidos com o dólar alto, ou seja, há a certeza de uma boa lucratividade. Essa variável já vem se refletindo na safra 2020/2021, que está sendo negociada em ritmo acelerado.

Outro fator impulsionando o mercado da oleaginosa no Brasil é a volta da China para compras no Brasil. Só na primeira semana de março, foram negociadas mais de 2,06 milhões de toneladas de soja.

Percalços na safra de soja 2020

Apesar do cenário favorável, alguns problemas e entraves podem atrapalhar um melhor desempenho da colheita e comercialização do produto.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, a seca tem sido um problema para os produtores. A estiagem está prejudicando a produção gaúcha, que foi ajustada para baixo, com uma previsão de 17,14 milhões de toneladas na colheita. Apesar disso, esse resultado não influenciará na estimativa prevista pela INTL FCStone.

Aumento de taxa de exportação na Argentina

(Fonte: Pixabay)

A Argentina, que é uma importante exportadora do produto e maior exportadora mundial de farelo de soja, usado para ração animal, teve seus registros de exportação agrícola suspensos em 26 de fevereiro — o que impediu que novos negócios fossem fechados.

A medida foi vista como uma antecipação ao aumento nas taxas de exportações e pode beneficiar as exportações brasileiras da oleaginosa, uma vez que, em tese, nosso país vizinho ficará menos competitivo no mercado de exportação desse produto.

A Bolsa de Chicago

A cotação da soja na bolsa de Chicago acompanhou a das demais commodities e teve queda na primeira semana de março, apesar de ter ganhado um pouco de fôlego com o anúncio da suspensão dos registros de exportação da Argentina.

Um dos motivos da queda na cotação é o novo coronavírus, que surgiu na Ásia e se espalha por outros países. O avanço da colheita no Brasil e os sinais de uma safra recorde também foram motivos de pressão na Bolsa. Aliás, especialistas afirmam que, se os produtores não tivessem negociado tanto a safra, os preços poderiam estar mais altos na Bolsa de Chicago.

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Fonte: Aegro, União Nacional de Bioenergia.

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