Marca de café em cápsulas oferece suporte aos produtores durante pandemia da covid-19

10 de maio de 2020 5 mins. de leitura
Para a colheita que se inicia em maio em fazendas de São Paulo e Minas Gerais, trabalhadores do campo podem contar com cartilha e informações via WhatsApp

A colheita de café no Brasil é realizada de maio a agosto, com pico entre junho e julho. Neste ano, em meio à pandemia do novo coronavírus, serão necessários cuidados extras com os trabalhadores do campo.

O Brasil é um dos principais produtores e exportadores de café do mundo. É, por exemplo, o principal produtor de grãos para a marca suíça Nespresso, especializada em cafés em cápsulas. Ao todo, 1.200 fazendas localizadas no interior de São Paulo e na região serrana de Minas Gerais fornecem café para a marca. O café produzido aqui é exportado para as fábricas na Suíça e retorna ao País em forma de cápsulas.

Com o intuito de apoiar e conscientizar esses produtores, a Nespresso colocou em prática iniciativas para orientar e ajudar na prevenção do contágio da covid-19. “Coordeno um time de 15 agrônomos que fazem o trabalho no campo”, explica Guilherme Amado, líder do Programa Nespresso AAA de Qualidade Sustentável no Brasil, programa de relacionamento com as fazendas que existe há 15 anos e se baseia na verificação de três pilares fundamentais: qualidade, produtividade e sustentabilidade. Para averiguar esses pontos, são feitas visitas regulares ao produtor. Desde 16 de março, no entanto, o programa sofreu mudanças para se adequar ao momento.

Brasil é o principal fornecedor de café para a Nespresso (Foto: Selva Bizarria/Divulgação)

“O mesmo procedimento de segurança que tomamos dentro da Nespresso, quando todos foram trabalhar em home office, queríamos que nossos parceiros também tomassem”, explica o especialista de café. Assim, todo trabalho de campo foi suspenso e deu início a reuniões semanais online. Foi durante essas reuniões que surgiram ideias de como manter contato com os 1.200 produtores. “Não foi surpresa descobrir que uma delas seria utilizar o WhatsApp”, diz Amado.

Uma das ações que surgiram a partir dessas reuniões foi a confecção e a divulgação de uma cartilha explicativa elaborada por engenheiros de segurança do trabalho e agrônomos, com informações importantes sobre como higienizar as mãos, efetuar o transporte dos funcionários, a distância que deve ser mantida entre as pessoas, recomendações de não ir à cidade sem necessidade, uso máscaras, entre outras. Pelo WhatsApp, são enviadas mensagens com gifs animados com as três principais recomendações: lavar as mãos, distanciamento de 2 metros e isolamento de casos suspeitos. A ação vai acontecer durante toda a colheita de café.

Reprodução de página da cartilha produzida pela Nespresso aos produtores de café (Divulgação/Nespresso)

Conteúdo em áudio

Outra iniciativa é a produção de áudio para ser reproduzido pelo WhatsApp e em formato de boletins de rádios locais. “Foi uma virada de chave. Fizemos uma pesquisa das rádios locais mais ouvidas pelos produtores. Serão dez capítulos com linguagem simples e direta”, diz Amado, lembrando que o intuito é impactar o maior número de pessoas nas regiões produtoras de café. A divulgação desses programas é feita em parceria com a Nescafé.

Os produtores também terão suporte médico via chat e WhastApp para esclarecer dúvidas sobre a covid-19. “A ideia é criar um canal direto para que as pessoas possam enviar qualquer tipo de dúvida para médicos, que vão fornecer as respostas.” Depois da conversa em tempo real, será feito o consolidado com perguntas e respostas.

Com essas ações, e o monitoramento global que vem sendo feito pela matriz, não há registro de casos na cadeia produtora nem no Brasil nem no exterior. Além do Brasil, medidas de segurança estão sendo tomadas em outros países. “Nosso foco são aqueles que estão em colheita neste momento, como Brasil, Peru e Colômbia”, cita Guilherme Amado.

Fazendas de café iniciam a colheita em maio nos Estados de São Paulo e Minas Gerais (Foto: Selva Bizarria/Divulgação)

Colheita atual

Se a colheita está acontecendo de forma organizada, a exportação do café ainda é uma preocupação. Não existe lockdown (bloqueio total) no Porto de Santos, por exemplo, embora exista um gargalo, mas medidas rígidas estão sendo adotadas nos vizinhos da América do Sul. De qualquer maneira, não existe risco de desabastecimento, segundo o especialista, porque a colheita do café é considerada um trabalho essencial.

Embora a Nespresso não revele o tamanho da produção brasileira, as 1.200 fazendas produzem para a marca o maior volume que compra no mundo. “O Brasil tem importância muito grande”, revela Amado.

As expectativas para a safra atual são muito boas. “Tivemos um regime de chuvas muito bom entre dezembro e março, as plantas estão com carga muito boa no solo e isso serviu para alimentar a safra que está sendo colhida hoje”, comenta. Ele explica também que a safra não é a melhor, mas a florada uniforme faz com que a expectativa seja positiva em relação a volume e qualidade.

Produção made in Brazil

Entre os 29 cafés de linha fixa da marca, os que possuem grãos brasileiros são: Ispirazione Ristretto Italiano (comum e descafeinado), Ispirazione Firenze Arpeggio (comum e descafeinado), Ispirazione Roma, Ispirazione Venezia, Ispirazione Genova Livanto, Capricio, Volluto (comum e descafeinado), Caramel Crème Brûlée, Vanilla Eclair, Cocoa Truffle, Vivalto Lungo e Vivalto Descafeinado, Linizio Lungo.

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