Inverno paulista demanda maior atenção na aquicultura

20 de junho de 2020 4 mins. de leitura
A queda na temperatura pode causar estresse nos peixes, gerando prejuízo para os empreendedores
A chegada do inverno marca uma nova fase de cuidados para a aquicultura. Nas regiões paulistas, onde as espécies de cultivo mais comuns são a tilápia e o pacu, temperaturas abaixo de 20°C interferem no desenvolvimento e na saúde dos animais. Atualmente, São Paulo é o segundo maior estado produtor de tilápia no País, atrás apenas do Paraná. Para manter a boa produtividade e o aumento crescente na produção anual, conhecer medidas de cuidado na estação mais fria do ano é essencial.
(Fonte: Shutterstock)

Influência da temperatura para os peixes

Os peixes são espécies exotérmicas, também conhecidas como de sangue frio, o que significa que sua temperatura se ajusta de acordo com a do ambiente. Com o resfriamento da água, eles sofrem uma variação corporal, o que causa estresse e lentidão no metabolismo e favorece o surgimento de doenças. Isso impede o seu desenvolvimento, pois eles param de se alimentar e de se movimentar. Tilápia e pacu são espécies tropicais, que têm seu pleno desenvolvimento em temperaturas médias entre 25°C e 28°C. Quando há registro de frio intenso e os produtores não tomam os cuidados necessários, os prejuízos podem incluir redução no peso e tamanho dos peixes para venda e aumento da mortalidade dos animais.

Cuidados com a aquicultura no inverno

Apesar da grande influência do frio no cultivo de peixes, os produtores de regiões mais afetadas pela oscilação de temperatura podem adotar medidas e cuidados para proteger os animais e preservar a produtividade durante o inverno. Entre as soluções, o bom planejamento e a prevenção são as melhores estratégias para evitar prejuízos futuros. A qualidade da água é uma das características importantes para manter o vigor e a saúde dos animais em dia, reduzindo o número de indivíduos com a vitalidade já debilitada, que sofrem mais com os efeitos dos dias frios. A densidade populacional também deve ser controlada e mantida dentro do ideal de acordo com a espécie cultivada.
(Fonte: Shutterstock)
Alimentação é outro manejo que pode afetar significativamente os peixes. Quando oferecida em excesso ou se os animais não se alimentarem direito, os resíduos da ração interferem na qualidade da água e no estresse dos peixes, além de significar desperdício e gastos diretos para o produtor. Em relação aos demais cuidados básicos, como transporte e arrasto de rede, é importante agendá-los para épocas em que as temperaturas estejam amenas. Em resumo, o conjunto de boas práticas preventivas é o que reduz os impactos negativos do inverno na aquicultura. Para isso, os produtores devem estar sempre atentos às características principais de um ambiente ideal:
  • oferecer água de boa qualidade e mantê-la assim durante todo o ano;
  • garantir a boa oxigenação da água;
  • manter o pH sempre adequado para a espécie cultivada;
  • cuidar da alimentação, balanceando e evitando excessos;
  • manter a densidade populacional indicada para a espécie cultivada.
Garantindo a manutenção desses cuidados, os peixes estarão saudáveis e prontos para encarar os dias de frio sem gerar grandes prejuízos na produção total e na qualidade dos animais. Quer ficar por dentro das novidades do agro? O Summit Agronegócio reúne especialistas e autoridades para discutir os temas mais relevantes do setor, como sustentabilidade, fruticultura, seguros, SIF, agroquímicos e abastecimento. Faça parte da evolução do agro e participe do evento mais completo do setor. Para saber mais, é só clicar aqui! Fonte: Agricultura e Engepesca.

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