Com destaque para os agentes polinizadores, a apicultura oferece rentabilidade e preservação ambiental
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Em 22 de maio é comemorado o Dia do Apicultor e da Biodiversidade, duas realidades integradas, já que a apicultura contempla os três pilares principais da produção sustentável: economicamente viável, ecológica e geradora de bons impactos sociais. Além de ser fonte de renda de muitos produtores, essa atividade pode ser a solução para recuperar biomas degradados.
A valorização dos produtos tapícolas brasileiros no mercado internacional vem traçando um novo cenário para os apicultores, com maior retorno financeiro e oportunidade de aumentar a participação do País no suprimento global de mel e seus subprodutos. Em 2017, o setor exportou cerca de US$ 128,10 milhões, representando 6,7% da demanda mundial.
A produção de mel lidera as negociações no setor. No entanto, existem outras possibilidades com grande potencial de conquista dos mercados interno e externo, como produção de cera, própolis e geleia real, substâncias com boa demanda nas áreas alimentícia, cosmética e farmacêutica.
Os impactos da agricultura desenvolvida sem medidas sustentáveis atingem diretamente o equilíbrio ecológico de uma região. O desmatamento para a criação de pastagens e monoculturas, o uso incorreto e intensivo do solo sem medidas de conservação e a aplicação de defensivos químicos sem seletividade prejudicam não só a polinização e a produtividade das lavouras mas também o uso dessas áreas pelos próprios agricultores no longo prazo.
Estabelecer um cultivo sustentável e com boas práticas agrícolas é tido como uma das saídas para se produzir mais e suprir a demanda mundial, mantendo o uso consciente e racional dos recursos naturais. O estímulo à produção apícola pode ajudar nessa balança, uma vez que as abelhas completam um ciclo de preservação e produtividade porque vivem melhor em biomas naturais.
Com o ambiente propício, as abelhas podem aumentar a polinização no caminho entre a floresta e a colmeia, impulsionando a produtividade dos cultivos localizados entre elas. Em resumo, manter um ambiente ideal para o bom desenvolvimento desses insetos tem impactos positivos em todas as esferas: ecológica, econômica e social. Desse modo, o produtor se beneficia não só da venda dos artigos em si mas também das melhores condições para implantar e trabalhar com outras atividades agropecuárias.
O Brasil tem clima favorável para a condução da apicultura em todas as regiões. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levantados em 2017, a atividade apresentava produção média de 41.594 toneladas.
Há ainda muito espaço para o crescimento das produções apícolas em território nacional. Um dos grandes diferenciais do País nesse mercado é a extensão de reservas florestais e floradas silvestres, já que ambientes como esses favorecem a produção de mel com maior qualidade e valor agregado. Em comparação com outras atividades agrícolas, a apicultura auxilia a proteção de biomas pela ausência da necessidade de desmatamento. Sendo assim, pode ser exercida em áreas de preservação ou em conjunto com outros meios de cultivo vegetal e animal.
Para propriedades localizadas na Mata Atlântica, por exemplo, a exigência do Código Florestal é de preservação de 20% das plantas nativas. A implantação da apicultura nessas áreas de reserva ajuda a manter o bioma natural, ao passo que garante renda aos criadores.
Além disso, as abelhas são responsáveis por cerca de 80% da polinização dos vegetais. Com isso, os produtores que usam a interação entre colmeias e lavoura podem desfrutar de incremento de até 30% na produtividade, principalmente em cultivos frutíferos, como laranja, limão, tangerina e maçã.
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Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Cooperativa Nacional de Apicultura (Conap).