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Utilizado comumente para a base de um superssolo, o húmus, que resulta do processo de digestão da minhoca, é um excelente adubo para a atividade agrícola.
Feito a partir da reciclagem de folhas, esterco e sobras de alimentos, além de ter um manejo simples, diminui o volume de lixo gerado nas propriedades. Além disso, as minhocas que participam do processo podem ser utilizadas para a alimentação animal e como isca para pesca.
Silvio Levy, agrônomo e analista da área de Transferência de Tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) explicou, em entrevista ao site da entidade, que a minhocultura é perfeita para pequenas propriedades agrícolas, devido à sua alta qualidade e ao seu baixo grau de dificuldade. “O húmus é um excelente fertilizante orgânico, capaz de melhorar as características físicas, químicas e biológicas do solo”, concluiu Levy.
O composto gerado pelas minhocas é rico em substâncias como carbono, nitrogênio, fósforo, cálcio, ferro e manganês, entre outras substâncias essenciais para o crescimento saudável de vegetais e hortaliças.
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Preparando o terreno
Em pequenas propriedades, o ideal é que o minhocário fique localizado próximo da área onde o húmus será utilizado. Além disso, deve-se garantir que as estruturas não fiquem perto de riachos ou poços de água, pois o chorume do esterco pode contaminar a água da propriedade.
Após isso, será necessário criar um ambiente escuro com pelo menos 30 centímetros de profundidade, pois as minhocas ficarão embaixo, e a matéria orgânica que será decomposta, em cima.
Escolhendo as minhocas
As duas espécies mais utilizadas para a produção de húmus são a vermelha-da-califórnia e a gigante-africana. Para uma camada de 20 centímetros de altura e um metro quadrado de superfície, recomenda-se uma população inicial de aproximadamente mil minhocas, o que equivale a aproximadamente um quilo, pois elas se reproduzem com facilidade e a sua população se autorregula de acordo com a quantidade de comida disponível.
Alimentando as minhocas
Para alimentá-las, utiliza-se matéria orgânica: pedaços de vegetais, frutas, restos de comida e esterco curtido são os melhores. Óleo e produtos de origem animal, como ossos, carne, gordura e laticínios, não devem ser utilizados, pois causam mau cheiro. Vale ressaltar que é preciso moderar o uso de substâncias ácidas, como limão e borra de café.
Cada quilo de minhoca deve receber, em média, a mesma quantidade de material orgânico por cima. Os intervalos devem ser de poucos dias, sem ultrapassar duas semanas. Também será necessário substituir a comida que desaparece. Para evitar a infestação de moscas, deve-se vedar os cantos e a parte superior do criadouro com folhas de árvores.
Coleta do húmus
O momento certo para coleta é entre 45 e 90 dias do início da compostagem. A coloração do húmus pronto é escura e uniforme, com odor agradável de terra molhada e textura que lembra o pó de café. Para realizar a separação sem usar o maquinário, pode-se levar as minhocas para outra área com alimentos frescos. Dessa forma, em poucos dias, a maioria delas estará trabalhando na nova área.
Mais detalhes técnicos podem ser obtidos na cartilha Minhocultura e produção de húmus para a agricultura familiar desenvolvida pela Embrapa.
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Fonte: Embrapa.