Greening: a doença sem cura que ameaça a produção de cítricos

25 de outubro de 2019 3 mins. de leitura
Greening é a doença mais destrutiva de citrus no Brasil e está presente em quase toda a América

Greening ou huanglongbing (HLB) é a doença mais temida entre os produtores de cítricos em todo o mundo. Causada pela bactéria Candidatus Liberibacter spp, provoca desfolha, seca e morte dos ramos. Os frutos apresentam maturação irregular, redução de tamanho, deformação e queda intensa. Transmitida por um inseto chamado psilídeo, a praga faz com que as plantas infectadas tenham sua produção drasticamente reduzida.

Propagação e cura do greening

A doença se propaga muito rapidamente e, por não ter cura ou tratamento, é considerada a maior ameaça à citricultura mundial, com potencial de devastação de áreas produtivas inteiras. Para os produtores de laranja, os prejuízos anuais totalizam em média R$ 50 milhões, mas o impacto pode ser mais severo por conta das perdas na exportação.

Greening (Fonte: A Lavoura/Reprodução)
(Fonte: Sociedade Nacional de Agricultura/Reprodução)

A greening foi detectada no Brasil em 2004, gerando perdas para toda a cadeia de cítricos do País. A doença pode atingir as variedades cítricas (laranja, limão e mexerica) e a murta-comum, podendo ser encontrada nas regiões citrícolas sem limitações climáticas. Também foi observado que quanto menor é a propriedade, maior é a incidência de plantas com sintomas de greening.

Ainda não existe tratamento ou mesmo uma variedade de plantas que seja resistente à doença. Quando contaminadas, as árvores novas não chegam a produzir e as adultas se tornam improdutivas entre 2 anos e 5 anos. A única forma de controle da praga é através de inspeções constantes realizadas pelo citricultor: pés com sintomas da doença devem ser eliminados para acabar com as fontes de inóculo.

Controle do greening

Atualmente, o controle da doença é feito por meio de inspeções para detecção de árvores sintomáticas, nas quais é feita a aplicação de inseticidas para o controle do vetor. Identificadas, as árvores sintomáticas são arrancadas para diminuir a proliferação da doença, mas esse método é bastante ineficiente. O controle do vetor com pulverizações periódicas também não resolve o problema, além de gerar mais danos para o meio ambiente. Portanto, a forma atual para controle da greening, além de pouco eficiente, torna a citricultura uma produção não sustentável.

(Fonte: Shutterstock)

De acordo com o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), quando os primeiros sintomas são detectados a árvore já se encontra contaminada há meses. O período de incubação da doença é de aproximadamente 6 meses a 36 meses, no qual a planta doente é assintomática ou tem sintomas pouco expressivos, permanecendo no pomar e se tornando propagadora invisível da doença. Isso resulta em altas taxas de contágio somadas ao fato de o inseto disseminador ter asas.

Nesse contexto, a Embrapa Instrumentação tem realizado pesquisas visando disponibilizar para o setor produtivo um sistema economicamente viável para o diagnóstico precoce de greening. O objetivo é eliminar a subjetividade das inspeções visuais, diminuir a taxa de falhas nas fiscalizações e permitir um diagnóstico mais preciso da doença com pelo menos 6 meses de antecedência da fase sintomática.

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Fonte: Embrapa, Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Fundecitrus.

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