A época de semeadura da soja no Brasil vai de outubro até dezembro em grande parte das regiões produtoras. Com lavouras extensas, sojicultores contam com chuvas características da época para tornar o solo úmido e propiciar a germinação do grão.
Desde setembro, o País vem passando por uma situação atípica, com excesso de calor e precipitações abaixo da média em várias partes, o que tem tornado difícil o início da plantação da safra 2020/2021, gerando atrasos e necessidade de replantio.
Em todo o Brasil, mais de um quarto das áreas destinadas ao grão ainda não foi semeado até 23 de novembro. De acordo com estimativa da consultoria Safras & Mercados, o País plantou 74% da área total prevista em 38,3 milhões de hectares. No mesmo período da safra passada, a semeadura estava por volta de 75,7%, e a média histórica para o momento é de 75,5%.
Atraso no plantio de soja
De modo geral, o plantio de soja no Brasil foi atrasado pela falta de chuvas, mas importantes estados têm recuperado o ritmo de semeadura com a chegada das precipitações, ainda que irregulares. Até 16 de outubro, menos de 10% da área tinham sido plantados, enquanto a média histórica dos últimos cinco anos para o período ficou acima de 40%. Em duas semanas, a evolução do percentual da área semeada atingiu 80%, alcançando a média histórica.
De acordo com o levantamento do Safras & Mercados, o Mato Grosso é o Estado com mais área cultivada até o momento, tendo 96% do previsto, seguido por Mato Grosso do Sul (95%), Paraná (95%) e Minas Gerais (86%). Contudo, muitas regiões importantes continuam com grandes atrasos no plantio; os estados que menos plantaram até o momento são Rio Grande do Sul (32%), Bahia (47%) e São Paulo (50%).
Previsão meteorológica
A Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) afirma que a atual seca é a segunda pior desde 2002, perdendo apenas para a estiagem de 2015-2016. Nos últimos seis meses, choveu pelo menos 400 milímetros a menos do que o normal na Região Sul do Brasil e em algumas áreas da Amazônia.
A seca deve persistir nos próximos meses por conta da influência do La Niña. No Sul do País existe, inclusive, risco de perdas na agricultura e no abastecimento de água. O fenômeno deverá enfraquecer apenas no segundo trimestre de 2021, mas ainda sem certeza se haverá compensação nas precipitações que seriam importantes para a segunda safra brasileira.
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Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).