Crédito rural: cobertura do Summit Agronegócio 2022 tratou sobre o cenário de recursos

21 de novembro de 2022 4 mins. de leitura
O Summit Agronegócio 2022, realizado pelo Estadão, aconteceu nos dias 07, 08 e 09 de novembro. Acesse a matéria completa para saber mais.

Summit/Syngenta/Llobet: Brasil pode ser protagonista em produzir mais com menos, com china ou sem china

Por Isadora Duarte e Tânia Rabello

São Paulo, 07/11/2022 – Apesar da grande dependência da demanda chinesa, especialmente na exportação de grãos, o grande desafio do agronegócio brasileiro nos próximos anos será produzir mais com menos recursos, segundo o diretor regional da Syngenta Proteção de Cultivos na América Latina e no Brasil, Juan Pablo Llobet. “No curto prazo, o Brasil tem relação muito boa com a china em exportação de grãos. A necessidade de produzir mais com menos recursos vai continuar, independente da China. Com clima, variabilidade em termos de produção ficará mais crítica nos próximos anos e se tornará mais necessário produzir mais com menos recursos”, disse Llobet, durante o Summit Agronegócio Brasil 2022 “Desafios à frente”, promovido pelo Estadão, que começou hoje e se estende até quarta-feira (9).

Também presente no evento, o CEO da Crop Care, empresa da holding Lavoro, Marcelo Pessanha, afirmou que o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e outras práticas adotadas pela agricultura brasileira mostram que o Brasil pode produzir mais com menos recursos e diminuir a sua dependência da demanda de países, como a China. Ele também defendeu a industrialização da cadeia agrícola para minimizar a dependência externa. “A grande oportunidade do Brasil é industrializar a produção e agregar valor. Como consequência da industrialização, podemos ter diminuição da dependência da China. Precisamos investir em capturar oportunidades em industrialização. O Brasil precisa também diminuir sua dependência de insumos importados com certa urgência”, afirmou Pessanha.

Summit/Scot/Torres: China ainda é o grande destino dos produtos agropecuários brasileiros

Por Tânia Rabello e Isadora Duarte

São Paulo, 07/11/2022 – O Sudeste Asiático e a África são dois blocos com grande potencial para as exportações do agronegócio brasileiro, embora a China ainda seja o grande destino dos produtos agropecuários daqui, disse há pouco o sócio-diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres. “Ainda dependemos dos chineses”, disse ele, lembrando de “algumas declarações do passado, que demonizavam os chineses e deixaram o agronegócio preocupado”. Torres se referia a declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro, no início do mandado do presidente Jair Bolsonaro, contra a China. Alcides Torres participou, nesta manhã, de painel do Summit Agronegócio 2022, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo. O Summit começou hoje e vai até quarta-feira (9).

De todo modo, Torres diz que essa extrema dependência atual da China não deve “limitar o crescimento econômico do Brasil”. “Não acredito nisso”, reforçou. “Quando a gente fala de produtos agrícolas, eles sempre têm ciclos de preços; agora estamos no ciclo de alta e logo estaremos no ciclo de baixa, mesmo com a China consumindo nossos produtos”, disse.

O consultor lembrou que o agronegócio tem exportado bastante atualmente “porque ganha mais dinheiro exportando”, diante de um mercado interno retraído. “Se o mercado interno recuperar poder de compra, boa parte do que será produzido será vendida no mercado interno.” Ele acrescentou que, em relação à carne bovina, por exemplo, há “um grande potencial reprimido”. Nos últimos quatro anos, com a crise econômica, alta da inflação e aumento do desemprego, o brasileiro diminuiu seu consumo de carne. “O consumo, anteriormente, era de 35 a 40 quilos por habitante/ano e hoje caiu para 25 quilos por habitante/ano”, disse. Para voltar a esse patamar, “é necessário recuperar o poder aquisitivo da população”.

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