Conab prevê safra recorde de milho em 2020

24 de abril de 2020 3 mins. de leitura
Com mercado aquecido, produção brasileira de milho deve chegar a 101,87 milhões de toneladas na safra 2019/2020

De acordo com relatório divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)  em 9 de abril, o Brasil deve ter safra recorde de milho em 2019/2020: serão 101,87 milhões de toneladas, um leve aumento perante o ciclo anterior, que registrou 100,04 milhões de toneladas. Também representa crescimento em relação às estimativas divulgadas anteriormente pela própria entidade, que previa uma produção na ordem de 100,08 milhões de toneladas.

Essa revisão é uma boa notícia, em especial quando considerada a queda durante a primeira colheita (verão). Estima-se que essa coleta, já finalizada, seja 1,5% menor do que a do ano anterior. Enquanto isso, a colheita de inverno deve ser 3,1% maior, chegando a um resultado positivo na produção total para o ciclo 2019/2020.

As condições climáticas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, com falta de chuvas e calor intenso, atrapalham a produção de milho na Região Sul, que deve apresentar queda de 9,6% ao longo do ciclo. Isso é compensado pelo crescimento observado em todas as outras áreas. O destaque vai para a porção nordeste, que deve ter uma safra 9,4% maior que a anterior.  

Demanda por milho deve aumentar no mercado externo
(Fonte: Pexels)

A procura pelo milho no mercado interno deve se manter estável, na casa dos 70,4 milhões de toneladas, em especial porque um dos principais consumidores do cereal no País são as indústrias frigoríficas, que não devem apresentar grandes aumentos de compra por conta da crise relacionada ao novo coronavírus — mais de dez frigoríficos brasileiros estavam temporariamente paralisados no início de abril. Já no mercado internacional, é previsto leve crescimento: de 34 milhões de toneladas para 34,5 milhões de toneladas.

Com a demanda estável, a Conab revisou as estimativas para o estoque do grão no Brasil, de 8 milhões de toneladas para 9,32 milhões de toneladas. De qualquer maneira, é um número sensivelmente menor que o registrado em safras anteriores: 11,40 milhões de toneladas em 2018/2019 e 16,18 milhões de toneladas no ciclo anterior.

Preço do milho recua no mercado nacional

Desde agosto de 2019, o preço do milho apresentou aumento substancial, saltando de cerca de R$ 36 por saca de 60 quilos para R$ 57,41, em março de 2020, de acordo com monitoramento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP).

A partir de abril, entretanto, a entidade previu recuo na cotação do milho no mercado nacional, uma vez que os compradores diminuíram o ritmo de compras em grandes volumes. Na primeira quinzena de abril, a saca de 60 quilos era negociada a R$ 56,19, alcançando 6,57% a menos que um mês atrás, ainda segundo o Cepea.

Preços do milho estão recuando no mercado nacional
(Fonte: Pexels)

De acordo com análises divulgadas pela Scot Consultoria, esse movimento de recuo nos preços deve se manter nos próximos meses, tendo em vista as incertezas do mercado por conta da pandemia de covid-19, bem como seus reflexos na demanda por proteínas animais que usam o milho em sua produção. Contudo, levando em conta que os estoques de milho no País não são abundantes e a demanda pelo cereal pode não ser tão afetada quanto se imagina, há espaço para que os preços voltem a subir.

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Fonte: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Esalq/USP (Cepea) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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