Como instalar energia solar na propriedade rural?

25 de abril de 2022 4 mins. de leitura
Geração de energia solar produz economia de até 99% nos gastos com eletricidade em propriedades rurais

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Os sistemas de energia solar em propriedades rurais representam 13% da potência instalada no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Abosolar). E a geração de eletricidade de forma sustentável ainda tem grande potencial de expansão, já que atualmente apenas 65 mil dos 5 milhões de imóveis no campo contam com a tecnologia.

O preço da eletricidade subiu 82% na última década, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mas ainda há espaço para novas altas. Além do término do incentivo para propriedades rurais, o órgão estima que o insumo possa ficar 22% mais caro em 2022.

A energia elétrica representa até 30% do custo de produção agropecuária, como no caso de fazendas dedicadas à avicultura. Os gastos devem subir ainda mais em 2023, com o fim do subsídio da energia rural, o que pode comprometer as margens de lucro dos produtores.

Nesse cenário, a implantação da energia solar pode representar economia de até 99% na conta de luz da propriedade rural, segundo José Renato Colaferro, sócio-fundador e diretor de Operações da Blue Sol Energia Solar.

Como colocar energia solar na fazenda?

Sistema de energia solar ajuda produtores rurais a reduzir custos e ampliar margens de lucro. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Sistema de energia solar ajuda produtores rurais a reduzir custos e ampliar margens de lucro. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

O primeiro passo para instalar a energia solar na fazenda é procurar uma empresa especializada. Segundo a Absolar, o Brasil conta com mais de 20 mil companhias atuando no setor, com profissionais que analisam as particularidades da propriedade, especialmente o consumo de eletricidade.

A partir da identificação da demanda, são definidas as características do projeto, como tipo e número de painéis fotovoltaicos do sistema a ser implantado. A energia solar pode ser on-grid ou off-grid, isto é, conectada à rede de distribuição de eletricidade ou não.

“O off-grid só vale a pena para sistemas de muito pequeno porte e em locais em que não existe disponibilidade de energia”, comenta Colaferro. Esse tipo sistema tem potência média de 1,5 kilowatt (kW), o suficiente apenas para uma iluminação simples ou para o funcionamento de uma bomba d’água. Por sua vez, o on-grid é um investimento para reduzir o gasto com energia.

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Custos de implantação e retorno do investimento

Custo de implantação do sistema fotovoltaico (Fonte: Shutterstock)
Sistema fotovoltaico se paga em 3 anos a 6 anos e funciona por 25 anos com baixa manutenção. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Em seguida, é possível calcular o orçamento e em quanto tempo o produtor terá retorno do investimento. “Um sistema on-grid de 19 kW, que é a potência média instalada no Brasil, custa cerca de R$ 76 mil e gera 2.375 kilowatts hora (KWh) por mês”, exemplifica o especialista.

A eletricidade produzida é utilizada na propriedade e o excedente volta para a rede de distribuição, gerando crédito em energia. O exemplo hipotético gera economia na conta de luz de, aproximadamente, R$ 1,8 mil por mês, o que proporciona um retorno de investimento em 42 meses.

Para facilitar a implantação do projeto de geração distribuída solar fotovoltaica, o produtor pode contar, ainda, com mais de 70 linhas de financiamento, inclusive possibilidade de crédito dentro do Plano Safra.

Vantagens da energia solar no agronegócio

A economia na conta de eletricidade é a principal vantagem oferecida pelo sistema fotovoltaico no campo, como destaca Colaferro. “O nosso combustível é a luz solar, que, de certa forma, é o principal insumo do campo”, afirma. A tecnologia solar não gera barulho, não precisa de manutenção e tem vida útil de 25 anos.

Outra vantagem importante é a sustentabilidade. O sistema fotovoltaico gera energia limpa e colabora para a redução das emissões de gases do efeito estufa no setor agropecuário. Em comparação com a matriz hidrelétrica, a principal do Brasil, a energia solar gera metade do carbono, conforme estudo divulgado no Simpósio de Engenharia de Produção (Sienpro).

Quer saber mais? Assista aqui à opinião e explicação dos nossos parceiros especialistas em agronegócio.

Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Simpósio de Engenharia da Produção, José Renato Colaferro/Blue Sol Energia Solar, Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

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