O Summit Agronegócio 2022, realizado pelo Estadão, aconteceu nos dias 07, 08 e 09 de novembro. Acesse a matéria completa para saber mais.
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Por Tânia Rabello e Isadora Duarte
São Paulo, 07/11/2022 – A tecnologia voltada à pecuária de corte no Brasil é nacional e não depende tanto de insumos internos, disse há pouco o sócio-diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres. “Não pagamos royalties pela tecnologia na pecuária”, continuou. “No Brasil, pecuária de corte tem base em pastagem, por isso depende menos de grãos e de importação de tecnologia.” Justamente por causa dessas características, a cadeia pecuária brasileira “absorve mais os impactos do que outras cadeias (mais dependentes de insumos importados, como fertilizantes).”
Ele participou, nesta manhã, de painel do Summit Agronegócio 2022, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, que começou hoje e vai até quarta-feira (9).
Por Isadora Duarte e Tânia Rabello
São Paulo, 07/11/2022 – A Syngenta vem trabalhando para reduzir a dependência externa na cadeia de insumos para a produção de seus agroquímicos, bioinsumos e sementes, relatou o diretor regional da Syngenta Proteção de Cultivos na América Latina e no Brasil,Juan Pablo Llobet. “Fazemos isso trazendo investimentos para pesquisa e desenvolvimento, com parcerias da multinacional com empresas locais e com apetite para fazer investimentos nas plantas”, , disse Llobet, durante o Summit Agronegócio Brasil 2022 “Desafios à frente”, promovido pelo Estadão, que começou hoje e se estende até quarta-feira (9).
Segundo o executivo, a empresa anunciará hoje uma parceria estratégica entre a Syngenta e uma empresa local para incorporar tecnologias. Llobet destacou que o setor necessita de um marco econômico e regulatório para garantir investimentos no futuro. “Vamos continuar investindo em pesquisa, inovação e logística no Brasil se o País tiver um marco econômico e regulatório”, afirmou.
Por Isadora Duarte e Tânia Rabello
São Paulo, 07/11/2022 – A consolidação da cadeia de bioinsumos no Brasil está apenas começando, disse o CEO da Crop Care, empresa da holding Lavoro, Marcelo Pessanha. “Há duas perspectivas para o setor. Surgirão mais empresas de bioinsumos no Brasil porque a adoção dos bioinsumos pelos produtores cresce. Há também um viés de fusões e aquisições (M&A) local e de multinacionais. O processo de consolidação em bioinsumos está só no começo”, disse Pessanha, durante o Summit Agronegócio Brasil 2022 “Desafios à frente”, promovido pelo Estadão, que começou hoje e se estende até quarta-feira (9).
Sobre o crescimento do setor, ele pontuou que hoje três em cada dez produtores de soja utilizam bioinsumos na produção, o que deve aumentar para cinco em cada dez em curto espaço de tempo.
Outro movimento que surge na cadeia, apontado por Pessanha, é a entrada, cada vez mais frequente, das empresas de agroquímicos e fertilizantes na criação de plataformas de bioinsumos. “Com as margens espremidas dos insumos tradicionais, é natural esse movimento, seja por greenfield (investimento próprio) ou por M&A. Esse processo só não é mais rápido por agenda de regularização, com o tempo de aprovação dos produtos variando de dois a cinco anos”, pontuou.
Pessanha contou que a Crop Care está investindo R$ 100 milhões nos próximos dois anos no desenvolvimento de novos bioinsumos. “Boa parte dos lançamentos ocorrerá nos próximos anos e estará disponível de forma segmentada, e não todos juntos, pela agenda de regularização”, acrescentou.
Por Tânia Rabello e Isadora Duarte
São Paulo, 07/11/2022 – Um dos fatores que beneficiaram bastante o agronegócio exportador brasileiro foi a política cambial, com dólar valorizado ante o real, disse há pouco o sócio-diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres. Ele participou, nesta manhã, de painel do Summit Agronegócio 2022, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo. “Você teve uma política cambial que estimulou exportação e, sob este aspecto, quando você pega três ou quatro frigoríficos que exportam em dólar, é claro que eles têm vantagem competitiva.”
Do lado da produção, Torres ressaltou que, com a tecnificação e maior exigência por qualidade e produtividade na pecuária, o que se está assistindo é a “uma concentração de fazendas”. “Fazendas-indústrias têm crescido muito no País.”
Ele lembrou que, atualmente, cerca de metade da produção agropecuária e da exportação de produtos agropecuários do Brasil vem de cooperativas, “que atendem a pequenos, médios e grandes produtores”. Assim, ele acredita que o futuro, principalmente para pequenos e médios que queiram sobreviver na atividade, é sua “organização por meio de cooperativas, que também são grandes exportadoras”.
Outro fator que preparou o Brasil para se tornar grande exportador de alimentos é que o País “tem a melhor tecnologia de produção em clima tropical”, disse. “Somos bons nisso.” O obstáculo, porém, é treinar técnicos. “Temos dificuldade em treinar técnicos para levar conhecimento ao campo.”
Por Tânia Rabello e Isadora Duarte
São Paulo, 07/11/2022 – A crise da pandemia de covid-19 foi favorável para o agronegócio brasileiro, disse há pouco o sócio-diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres. “O Brasil se beneficiou, mas é bom dizer que estávamos ‘preparados’ para esta crise”, continuou. “Não que a gente esperava que a crise fosse chegar, mas para o agro foi favorável.” Torres participa, nesta manhã, do Summit Agronegócio Estadão, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, que começou hoje e se estende até quarta-feira (9).
No caso do setor de carnes, Torres avaliou que os grandes frigoríficos estavam preparados porque se tornaram “grandes companhias exportadoras de alimentos, e não só de carnes”. “Os principais frigoríficos não exportam só carnes, eles trabalham também com laticínios e alimentos de maneira geral.” Assim, para Torres, mesmo com os problemas logísticos globais a partir da pandemia de covid-19 e, depois, da guerra na Ucrânia, o agronegócio brasileiro se deu bem.
Um dos motivos que os frigoríficos brasileiros se sobressaíram foi a internacionalização dessas indústrias, com operações em vários países. “Isso permite fazer frente a crises”, ressaltou.
Outro aspecto sobre o qual a pecuária brasileira estava “pronta” para enfrentar uma crise global de abastecimento decorrente da covid-19 e da guerra na Ucrânia é quanto ao uso intensivo de tecnologia, segundo Torres. “Houve ao longo dos anos adoção de tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, valorização da ciência”, disse. “Tudo isso fez com que o Brasil estivesse pronto. Nossos produtos duram mais na prateleira, temos uma carcaça bovina bem mais pesada do que há 40 anos, a produtividade de soja é maior.”
Segundo Torres, o que prejudica a agropecuária brasileira é o protecionismo da União Europeia e dos Estados Unidos. “Sofremos com isso porque nossa agricultura é pouco subsidiada.”
Por Isadora Duarte e Tânia Rabello
São Paulo, 07/11/2022 – Passada a crise da pandemia de covid-19 e em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia, as empresas que conseguiram se posicionar para o agro inovador estão bem posicionadas no mercado, diferentemente daquelas que consideraram a agricultura como “algo dado”, avalia o diretor regional da Syngenta Proteção de Cultivos na América Latina e no Brasil, Juan Pablo Llobet. “Quem ganhou na crise foi quem considerou agricultura atividade chave no desenvolvimento global. O agro no Brasil continuará sendo área estratégica no País. É uma potência na qual o País consegue aplicar tecnologias e inovação. Todas empresas que conseguem se posicionar para agro inovador estão bem posicionadas”, disse Llobet durante o Summit Agronegócio Brasil 2022 “Desafios à frente”, promovido pelo Estadão, que começou hoje e se estende até quarta-feira (9).
O executivo ponderou que empresas inovadoras, neste sentido, não são somente aquelas que lançam produtos e novo portfólio, mas aquelas que têm capacidade de trazer soluções e ferramentas para agricultores continuarem desenvolvendo agricultura de primeiro nível. “A agricultura brasileira tem oportunidade ímpar. Empresas que têm dificuldade são aquelas que assumiram agricultura como algo dado. Não se trata somente de ter linha de produtos, mas é importante trazer inovação e ferramentas completas para os produtores”, afirmou. Llobet diz que, para atuar na agricultura do Brasil, é preciso “jogar o jogo completo da cadeia”, do fornecimento tanto de financiamento a suporte para agricultor a fim de apoiá-lo de forma “concreta e significativa”.
Por Tânia Rabello e Isadora Duarte
São Paulo, 07/11/2022 – Assim como o setor de macrofertilizantes (nitrogênio, fósforo e potássio), o setor de fertilizantes especiais, que privilegia o uso de micronutrientes, também sofreu efeitos da pandemia, sobretudo em relação aos insumos que dependem de importação. A avaliação é do CEO da Crop Care, Marcelo Pessanha, empresa da holding Lavoro que trabalha com fertilizantes especiais e bioinsumos. Pessanha participa, nesta manhã, do Summit Agronegócio Estadão, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, que começou hoje e se estende até quarta-feira (9).
Com a quebra da logística de importação – primeiramente por causa da pandemia de covid-19 e, em seguida, por causa da guerra na Ucrânia -, Pessanha diz que a parte dos micronutrientes que depende de insumos importados também sofreu com problemas de fluxo global de mercadorias. Entretanto, ele ressaltou que os fertilizantes especiais dependem de uma parcela mínima de insumos importados – diferentemente dos macronutrientes utilizados pela agricultura em larga escala, feita à base de fertilizantes formulados com nitrogênio, fósforo e potássio. “Assim, a parte que dependia de insumos internos conseguiu maior flexibilidade (na obtenção dos insumos)”, disse.
Ele ressaltou que, com o explosivo aumento de custos dos fertilizantes NPK, os fertilizantes especiais “foram alternativa muito importante para o agricultor, dado que fertilizantes de base (NPK) atrasaram a entrega”. “Com isso, tivemos um aumento exponencial na adoção de fertilizantes especiais, seja por falta do fertilizante comum ou por causa do aumento de preços.”
Pessanha ressaltou também o crescimento do setor de bioinsumos – por exemplo, defensivos biológicos, à base de fungos e insetos. “Tudo o que está relacionado à covid-19 e a impactos da guerra na Ucrânia de certa forma acelerou a adoção de biotecnologia no Brasil”, disse. Tanto que, segundo ele, hoje há mais de 500 produtos biológicos registrados no Ministério da Agricultura. “E tudo isso puxado por grandes culturas.”
Pessanha garante que há defensivos biológicos que “funcionam tão bem quanto agroquímicos” e que passaram a ser usados em larga escala. A Crop Care, por exemplo, teve de dobrar a capacidade de produção no último ano para atender à demanda. Em relação à aquisição de matérias-primas para produção de bioinsumos, não houve problemas com matérias-primas.
Assista ao Summit Agronegócio 2022 agora no link https://www.youtube.com/watch?v=g-LHhmJlMEY Contatos: tania.rabello@estadao.com e isadora.duarte@estadao.com