Citrus deve colher apenas 287 milhões de caixas na Safra 2020-21

30 de maio de 2020 3 mins. de leitura
Mesmo com baixa expectativa de produção, preços da laranja no mercado vêm sofrendo quedas semana após semana

O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) estima que a safra 2020-21 de laranja produzida no cinturão agrícola de São Paulo e do Triângulo Mineiro deve ser de apenas 287,76 milhões de caixas de 40,8 kg. O volume representa uma queda de 26% em relação à temporada anterior e um recuo de 12,5% em relação à média das últimas 12 safras.

Desde o começo do ano e antes da pandemia do novo coronavírus, a análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontava uma menor produção de laranja ao longo da safra atual. A expectativa era que isso poderia equilibrar o preço da fruta em 2020 – já que a demanda industrial continuaria firme.

No entanto, o isolamento adotado para combater a covid-19, com o fechamento de bares, restaurantes e outros serviços de alimentação, derrubou a demanda em abril. Por outro lado, os citricultores do estado de São Paulo intensificaram a colheita, o que foi suficiente para afetar o preço dos cítricos no mercado.

Variações de preço das citrus

Em abril, os preços de quase todas as frutas cítricas, como tangerina poncã, laranjas hamlin e pera, tiveram uma baixa em relação a março e continuam mantendo essa tendência no início de maio. O único produto do segmento citrus que teve uma valorização considerável no mercado foi a lima ácida tahiti.

Lima ácida tahiti

Lima ácida tahiti foi a única fruta cítrica com alta de preço em maio, segundo Cepea. (Fonte: Shutterstock)

No final de abril, a lima ácida tahiti foi negociada e colhida a R$ 16,02 por caixa de 27 kg, o que representou uma queda de 5,5%. No entanto, a retomada das exportações favoreceu o produto, que reverteu a tendência de baixa. Na primeira semana de maio, a tahiti foi comercializada a R$26,55 por caixa de 27 kg, colhida, com uma alta semanal de 65,7%.

Laranjas

A laranja hamlin fechou abril negociada na média de R$ 25,02 por caixa de 40,8 kg, na árvore, baixa de 18,7% em relação a março. A média do mês da laranja-pera foi 8,15% inferior à de março, fechando a R$ 32,47 por caixa de 40,8 kg, na árvore.

Tangerina poncã

A tangerina poncã vem se desvalorizando por semanas seguidas. (Fonte: Shutterstock)

A tangerina poncã continuou a ser desvalorizada devido à maior oferta e ao baixo ritmo das vendas, com média de R$ 25,34 por caixa de 27 kg, na árvore, queda de 8,4% em comparação à semana passada.

Expectativa para o futuro do mercado

Para colaboradores do Cepea, o cenário de oferta acima da demanda no mercado de citrus deve permanecer em maio, o que tem deixado citricultores apreensivos quanto ao comportamento dos preços em junho. A chegada de dias mais frios, período em que as vendas de cítricos geralmente se desaquecem, deve trazer queda da demanda.

Na indústria, mesmo com a previsão de maior oferta em maio, o processamento deve permanecer limitado no início do mês, devido à moagem tardia, devendo ser retomado com força apenas em julho. Esse cenário, inclusive, faz com que frutas precoces sejam destinadas exclusivamente ao mercado de mesa.

Quer ficar por dentro das novidades do agro? O Summit Agronegócio reúne especialistas e autoridades para discutir os temas mais relevantes do setor, acompanhe. Para saber mais, é só clicar aqui!

Fonte: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), HfBrasil e Fundecitrus.

Este conteúdo foi útil para você?

11650cookie-checkCitrus deve colher apenas 287 milhões de caixas na Safra 2020-21