Calor afeta preço de atacado de frutas e hortaliças no Brasil

22 de novembro de 2020 3 mins. de leitura
A onda de calor registrada no início da primavera no Brasil teve um impacto direto na comercialização de frutas e hortaliças, de acordo com Boletim Prohort

Setembro de 2020 foi considerado o mês mais quente da história em todo o mundo pelo Serviço Copernicus de Mudanças Climáticas (C3S). O excesso de calor teve um impacto direto no mercado de frutas e hortaliças no Brasil, com altas e baixas de preço no atacado de diversos produtos, de acordo com o 10° Boletim Prohort divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

As altas temperaturas aceleraram a maturação de frutas e legumes, levando a uma antecipação de colheita com consequente aumento da oferta e pressionando os preços para baixo. Em outros casos, o calor provocou a elevação de preços por conta do aumento da demanda, como é o caso da laranja. Ainda que mais amenas, as temperaturas quentes devem continuar ao longo do mês de novembro, mantendo a demanda aquecida para esses produtos.

Preço em elevação

Maturação precoce por conta da alta temperatura aumentou oferta no início de setembro, mas no final do mês a quantidade no mercado diminuiu drasticamente. (Fonte: Shutterstock)
Maturação precoce por conta da alta temperatura aumentou oferta no início de setembro, mas no final do mês a quantidade no mercado diminuiu drasticamente. (Fonte: Shutterstock)

Um dos principais produtos que tiveram o preço afetado pelo calor foi o tomate. O vegetal apresentou alta nas cotações em praticamente todas as centrais analisadas pela Conab, sendo a maior variação em Brasília, de 32,5%. O produto foi o alimento que mais registrou variação em outubro de acordo com inflação medida pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA).

A maturação precoce provocou muita oferta de tomate nos primeiros dias de setembro, quando o preço baixou, porém a quantidade diminuiu no restante do mês, o que trouxe um efeito de elevação de preços na média final.

O preço da cenoura, pelo segundo mês consecutivo, apresentou alta em todos os mercados atacadistas analisados. Os níveis de oferta da cenoura aos mercados em acumulado em 2020 até setembro estão cerca de 10% mais baixo do que o mesmo período em 2019, por conta da menor produção no estado de Minas Gerais.

Preço em baixa

Produção de melancia foi tão alta que faltou transporte para o produto. (Fonte: Shutterstock)
Produção de melancia foi tão alta que faltou transporte para o produto. (Fonte: Shutterstock)

A melancia teve elevação da produção, principalmente da microrregião goiana de Uruana (GO), conjugada com queda de preços em todas as Ceasas. A oferta foi tão alta que faltou transporte para escoar a fruta aos centros consumidores, que tiveram aumento de demanda em decorrência do calor. As exportações também subiram bastante, principalmente das minimelancias potiguares.

O mamão ficou mais barato no mercado atacadista devido ao amadurecimento acelerado. Se em agosto houve aumento dos preços por conta da queda do volume disponível comercializado, em setembro teve aumento da oferta de mamão, em especial da variedade papaya (originária do norte capixaba e sul baiano).

Os preços da batata sofreram queda em todos os mercados analisados. Esse movimento de baixa vem sendo registrado desde maio e foi provocado pela elevação da oferta. As quantidades transacionadas em setembro foram as mais altas do ano. O incremento foi de 10% em relação aos níveis do mês anterior e também na comparação com setembro de 2019.

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Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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