Broadcast: confira a cobertura do segundo dia do evento Summit Agronegócio 2022

22 de novembro de 2022 6 mins. de leitura
O segundo dia de evento apresentou debates importantes acerca do agronegócio. Acesse a matéria completa e saiba mais.

Summit/Perfect Flight/Leonardo Luvezuti: Pulverização de precisão põe fim a desperdício de agrotóxicos

Por Vinicius Galera, especial para a Agência Estado

São Paulo, 08/11/2022 – O gargalo provocado pelo excesso de pulverização, que resulta em enormes prejuízos para produtores e para o meio ambiente, levou ao surgimento da Perfetc Flight, uma agritech de inovação fundada em São João da Boa Vista (SP) em 2015. “Nós nascemos de uma necessidade real do agricultor para resolver a questão das torneiras abertas dos insumos agrícolas no campo, com os milhões de hectares pulverizados com um golinho a mais de defensivo, que acaba virando uma enxurrada”, diz o líder de negócios da empresa, Leonardo Luvezuti. Ele participou, hoje, do Painel Tech do Summit Agro 2022, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo.

A empresa trabalha com pulverização de precisão a partir de análises de arquivos LOGs e aparelhos DGPS das aeronaves que realizam aplicações. O sistema pode ser executado em qualquer computador com acesso à internet. De acordo com Luvezuti, o agrotóxico representa um dos principais custos das lavouras. A solução desenvolvida pela agritech está presente nos mercados de cana e outras culturas. No ano passado, a empresa iniciou operações nos Estados Unidos.

Luvezuti diz que a pandemia acelerou e impulsionou muito a conexão entre as pessoas. “Tivemos que treinar e capacitar nossos clientes da Bahia, de Roraima e em São Paulo. A pandemia marcou a história, mas trouxe esse avanço em relação a conexão e conectividade”, diz.

Fora o desafio inédito, ele ressalta a dificuldade de trabalhar no mercado de inovação no Brasil. “É um exercício de planejamento estratégico diário, de revisão desse planejamento, mas é desafiador e oportuno. O agro está só começando”, disse, ao falar das questões emblemáticas como a mudança do clima e o surgimento das novas tecnologias de produção e financeiras que trazem desafios para todo o setor.

Outro desfio é levar a tecnologia aos pequenos produtores. “Muitas vezes vemos os grandes produtores, tecnificados, com soluções que parecem muito distantes do pequeno produtor rural, mas elas devem estar disponíveis ou serem projetadas para esse pequeno produtor, que é o grande mercado consumidor”, diz. “Estamos falando de 80% do mercado agrícola. Esse é o grande desafio para as principais agritechs. Quem não posicionar sua solução de pulverização também para o pequeno produtor não vai conseguir passar esse abismo de desenvolvimento tecnológico.”

Summit/Unesp/Carbonari:Uso de agrotóxicos não oferece riscos à saúde do consumidor

Por Clarice Couto e Tânia Rabello

São Paulo, 08/11/2022 – O professor associado da Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Caio Antonio Carbonari, afirmou há pouco que o uso de agrotóxicos na agricultura não oferece riscos à saúde do consumidor. Ele participou do segundo dia do Summit Agronegócio 20223, promovido pelo jornal O Estado de São Paulo. “O Brasil é membro do Codex Alimentarius, programa da ONU (Organização das Nações Unidas) que estabelece limites seguros de resíduos nos alimentos. O Brasil não usa produtos proibidos no mundo todo e, do outro lado, a Europa usa produtos que não têm registro nem uso no Brasil”, disse Carbonari. “É preciso lembrar que os produtos (agroquímicos) são usados e avaliados conforme a necessidade de uso em cada país. Além disso, podem ser reavaliados e proibidos a qualquer momento se houver necessidade, se surgirem evidências”, explicou.

Carbonari também defendeu a aprovação no Senado Federal da lei que altera a legislação atual que regula o registro de agroquímicos no Brasil, a fim de acelerar os registros de novas moléculas que, diz ele, são mais eficazes e seguras para trabalhadores, consumidores e meio ambiente. “Precisamos de legislação mais atual e convergente com os conceitos científicos atuais. Estamos sendo muito pouco eficazes em dar acesso a produtos seguros, pela demora na aprovação”, disse.

Segundo o pesquisador, a dose média de aplicação de agroquímicos lançados nas décadas de 1970-1980 para os últimos dez anos caiu 88%. “Os produtos mais recentes são mais seguros para o consumidor. Retardar a chegada disso no mercado não faz sentido e temos oportunidade de mudar isso com nova lei em tramitação no Senado federal”, defendeu.

Carbonari disse ainda que o uso de agroquímicos e novas moléculas também traz benefícios ambientais, ao elevar a produtividade agrícola na mesma área, com menores doses de aplicação. “A questão não é evitar ou não agrotóxicos, mas como usá-los e torná-los cada vez mais seguros. Precisamos produzir cada vez mais na mesma área ou ampliar área com desmatamento ou impactos ambientais; o uso de pesticidas e agrotóxicos evita que pragas/doenças comprometam a produtividade nas lavouras”, explicou. “A eficiência na atividade agrícola é bem menor sem uso de agrotóxicos”, reforçou.

A diretora de Comunicação e Assuntos Científicos da Croplife Brasil, Adriana Brondani, que também participou do painel, reforçou que a adoção de diversas tecnologias além dos agroquímicos, como melhoramento genético e biotecnologia, garante aumentos de produtividade. Segundo ela, se tais recursos deixassem de ser usados, haveria perda de rendimento. “Temos um crescimento de cerca de 6% ao ano da produtividade do milho, com melhoramento genético e biotecnologia. O ganho de produtividade é benefício direto da tecnologia”, afirmou. “Se tirássemos estas soluções (das lavouras brasileiras), inclusive a proteção de pesticidas químicos e biológicos contra doenças e pragas, teríamos uma perda no campo de cerca de 40%”.

Brondani também chamou a atenção para a necessidade de testes, cuidados e pesquisas para com biodefensivos, não somente com agroquímicos. “Apesar de virem da natureza, defensivos biológicos também oferecem riscos, é preciso uma série de análises (antes de levá-los ao mercado)”, disse.

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