Estudos desenvolvidos pela Embrapa mostram como o agronegócio pode se beneficiar da recuperação de espécies florestais na Amazônia com manejo florestal adequado
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A madeira é um importante produto da balança comercial dos estados que abrigam a Amazônia. Somente no Pará, o setor madeireiro exportou mais de US$ 100 milhões em 2019, segundo a Federação das Indústrias do Estado (Fiepa). Dessa forma, o produto é, ao lado da soja e da carne bovina, um dos principais itens do agronegócio na região.
Entretanto, a intensidade de exploração pode prejudicar a recuperação do bioma, comprometendo a sustentabilidade do negócio a longo prazo, além dos impactos ambientais. Dessa forma, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveu uma série de estudos para promover um manejo adequado rentável e ao mesmo tempo sustentável.
Com base nas experiências em diversos estados brasileiros da Região Amazônica, a Embrapa construiu um modelo que considera os diâmetros e ciclos de corte de acordo com as características de cada árvore para permitir a exploração econômica com a recuperação das espécies florestais.
O Manejo Florestal Sustentável é a forma mais garantida da manutenção da floresta produtiva ao longo de décadas. Contudo, a legislação ambiental vigente recomenda uma taxa de corte para toda a Amazônia, sem considerar índices técnicos por espécie. Isso pode significar uma exploração desigual, pois cada tipo de árvore tem uma dinâmica de recuperação diferente.
“Com isso, acabamos retirando as espécies mais abundantes sem levar em conta a recuperação do estoque e também sem considerar a disponibilidade de estoque de outras espécies ao longo dos anos”, explicou o pesquisador Lucas Mazzei, da Embrapa Amazônia Oriental (PA).
A Embrapa mostra que adequar a intensidade de exploração, diâmetros e os ciclos de corte às peculiaridades de cada espécie, e não ao volume total de árvores nas áreas manejadas, garante retorno econômico mais rápido ao produtor e mantém o equilíbrio da diversidade da floresta.
A metodologia da Embrapa para calcular o manejo sustentável por espécie consiste em utilizar informações de séries de crescimento que representam todo o ciclo de vida de árvores de uma determinada espécie, muitas vezes com mais de 150 anos, para a determinação dos diâmetros ideais de corte por espécie.
Os dados são analisados dentro do contexto da estrutura da floresta, sendo possível determinar o volume que deve permanecer após intervenção de manejo para garantir a produção de mais madeira no próximo ciclo. “Essa análise garante uma sustentabilidade maior do que os critérios presentes na legislação atual”, afirmou Mazzei.
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Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), JBS e Sygenta.