A população ocupada no agronegócio brasileiro atingiu o número de 28,1 milhões de pessoas, segundo o Boletim de Trabalho do Agronegócio Brasileiro relativo ao primeiro trimestre de 2023. O valor representa uma participação de 27% no total de empregos do País e o segundo maior número em três meses desde o início da série iniciada em 2012.
A pesquisa trouxe foco para aspectos que antes não eram totalmente explorados, fornecendo uma visão mais completa e detalhada da dinâmica dos empregos no setor. No levantamento, foi incluída, pela primeira vez, uma projeção indicando os trabalhadores dedicados à subsistência ou autoconsumo, que somam mais de 5 milhões de pessoas ocupadas.
Os empregadores tiveram ganhos de rendimentos abaixo da média nacional, enquanto os trabalhadores por conta própria acompanharam a tendência geral do mercado de trabalho brasileiro. Essas variações ressaltam a importância de se considerar a heterogeneidade do setor e suas particularidades na análise dos ganhos dos profissionais.
Segmentos do agronegócio que mais empregam
O setor de agrosserviços é o que mais ofereceu postos de trabalho no agronegócio. O segmento, que se refere às atividades de suporte à produção agropecuária, empregou quase 10 milhões de pessoas no primeiro trimestre de 2023, uma alta de 6,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior, contratando 600 mil novos profissionais.
Na sequência, se destaca o segmento primário, com 8,2 milhões de pessoas ocupadas em atividades como lavouras de cereais, algodão, cana-de-açúcar, café, frutas, entre outras, além da pecuária e produção florestal. Apesar do número expressivo de empregos, esse setor sofreu uma forte retração de 6% nos primeiros meses de 2023, com relação ao primeiro trimestre de 2022.
Logo após o contingente de trabalhadores por subsistências, aparece o segmento de agroindústria com mais de 4,4 milhões de pessoas ocupadas. No setor, merecem destaques a produção de vestuário e acessórios, que mantém cerca de 1 milhão de pessoas empregadas, e o abate de animais com mais de 500 mil empregos gerados.
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As maiores médias de rendimentos do agronegócio
O menor rendimento médio registrado pela pesquisa foi dos trabalhadores por conta própria no setor primário agrícola, que receberam R$ 1.424. Entre os empregados, os profissionais do setor primário da pecuária receberam os menores vencimentos, com média de R$ 1.542. Os valores ficaram abaixo dos R$ 2.279 recebidos em média pelos profissionais do agronegócio.
O maior vencimento médio foi recebido pelos empregadores do setor primário da pecuária, que tiveram uma renda mensal de R$ 9.222 no primeiro trimestre de 2023, um avanço de 24% em relação aos R$ 7.446 recebidos nos três primeiros meses do ano anterior. Os números são superiores à média de rendimento nacional dos empregadores, que ficou em R$ 7.178.
Entre os empregados, os trabalhadores do setor de insumos tiveram o maior salário mensal, com uma média de R$ 3.297. O rendimento representa uma alta de 9,4% com relação ao mesmo período do ano anterior.
Melhoria de ganhos em relação à pandemia
A pesquisa também apresenta outro dado referente ao ganho real dos profissionais do agronegócio após a pandemia de covid-19. Enquanto os rendimentos reais dos trabalhadores brasileiros em geral ficaram no mesmo patamar que antes da crise sanitária, os empregados da agricultura e pecuária tiveram um ganho salarial de 2,6%.
Entre os trabalhadores por conta própria, o avanço dentro do agronegócio foi de 10%, enquanto para a média dos trabalhadores autônomos brasileiros foi de 7,2%. No caso dos empregadores em geral, houve perda de rendimentos de 3,2%, mas uma relativa estabilidade de -0,6% na agropecuária.
Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).