Preços mundiais dos alimentos têm primeiro aumento em um ano

9 de julho de 2023 4 mins. de leitura
Índice de preços da FAO registra aumento no preço dos alimentos, mas várias categorias alimentares continuam com tendência de queda

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A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgou dados que apontam o aumento do preço dos alimentos no mundo pela primeira vez em um ano. O índice, divulgado na primeira semana de maio, apontou um aumento da cotação de algumas das principais commodities alimentares. A justificativa para a variação vai desde aumento de demanda de algumas categorias até influência de crises climáticas durante algumas colheitas.

O Índice de Preços de Alimentos da FAO registra o valor das principais commodities alimentares no mundo. A organização documentou um aumento dos valores no mês de abril pela primeira vez em um ano. Mas ainda assim, os preços continuam cerca de 20% abaixo dos valores registrados no ano passado, quando atingiram um patamar recorde devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.

O índice teve uma média de 127,2 pontos em abril de 2023, um aumento de 0,6% em relação a março. O valor foi 19,7% menor do que o registrado em abril de 2022 e 5,2% superior ao de abril de 2021.

A agência atribuiu o aumento dos preços à queda da produtividade na Índia, na China, na Tailândia e na União Europeia, em razões de condições climáticas de seca. Além disso, a baixa produtividade no início da safra de cana-de-açúcar no Brasil e o aumento na demanda por petróleo contribuíram para a elevação dos preços.

Preço de aves sofreu aumento com a diminuição da oferta. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Proteínas animais e principais responsáveis pelo aumento do índice

O Índice de Preços da Carne teve aumento de 1,3% durante o mês de abril. O valor subiu devido à queda na produção internacional em relação aos problemas de saúde animal, como a gripe aviária e a peste suína africana, e o aumento da demanda chinesa por essas carnes.

Os preços internacionais da carne bovina também tiveram uma leve alta no mês, provável reflexo da diminuição de animais para abate nos Estados Unidos.

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Alimentos com queda nos preços

Apesar dos aumentos em importantes grupos alimentares como carnes, arroz e açúcar, outras categorias de commodities continuaram a tendência de queda de preços. Foi o caso do trigo, do milho, de laticínios e de óleos vegetais.

O Índice de Preços de Cereais da FAO caiu 1,7% em comparação a março, registrando uma marca em média 19,8% menor do que o valor de abril de 2022. Os preços internacionais do trigo caíram 2,3% entre março e abril, em razão da recuperação da Austrália e da Rússia e a elevação da exportação desses países. Já o milho caiu 3,2% com o aumento da oferta na América do Sul, que está realizando as colheitas.

Outros alimentos com importante queda nos preços foram os óleos vegetais e os laticínios. A recuperação da produção e exportação dos queijos e do leite na Europa Ocidental cooperou para a diminuição do valor.

O óleo vegetal registrou o quinto mês consecutivo de queda de preços, ficando 1,3% mais barato do que no mês de março. Com uma possível safra recorde de soja no Brasil, os óleos de soja, colza e girassol tiveram os preços pressionados para baixo.

Expectativa de safra recorde de soja ajuda a puxar o preço de óleos vegetais para baixo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Estimativas para a próxima safra

Em outro relatório, a FAO estimou a produção e o consumo mundiais de cereais. Segundo o órgão, a utilização de cereais em 2022/2023 deve alcançar 2,78 bilhões de toneladas, isso representa uma queda de 0,7% em relação à safra 2021/2022. 

A estimativa da produção em 2022 é de 2,78 bilhões de toneladas, 1% menor do que em 2021. O órgão espera que até o final da temporada 2022/2023 os estoques mundiais de cereais atinjam 855 milhões de toneladas, uma queda de 0,2% em relação aos níveis iniciais.

A produção de arroz deve ser afetada pelo La Niña em todo o Hemisfério Sul. Já o trigo terá uma produção estimada de 785 milhões de toneladas em 2023, pouco menor do que no ano anterior, mas a segunda maior produção já registrada.

Fonte: Organização das Nações Unidas (ONU), FAO

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