País asiático abriu o mercado para produtos lácteos brasileiros e deve reaquecer o setor
Publicidade
O mercado chinês é agora um novo consumidor de produtos lácteos brasileiros. Com isso, 24 estabelecimentos estão habilitados a exportar leite em pó, queijos, manteiga e leite condensado para a China. A abertura desse canal promete reaquecer o setor, que vinha sofrendo com queda nos preços do litro do leite e concorrência de produtos argentinos e uruguaios.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a China é o maior importador de lácteos do mundo, comprando por ano 800 mil toneladas de leite em pó, o que ultrapassa em 200 mil toneladas a produção brasileira do produto. E aqui está um dos desafios: produzir mais e melhor para atender à demanda de grandes mercados.
O mercado chinês também é um grande importador de queijos. Em 2018, comprou 108 mil toneladas do lácteo; nos últimos 5 anos, o crescimento de importações desse tipo foi de 13% ao ano. A Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos) estima que a abertura do mercado chinês propiciará a exportação de US$ 4,5 milhões em produtos lácteos.
Segundo a publicação Desafios para a exportação brasileira de leite, produzida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o setor precisa aumentar a produtividade e a qualidade dos produtos para conseguir ter maior competitividade. De acordo com o documento, a falta de escala produtiva e a ineficiência na produção e no processamento impactam diretamente a formação de preços do produto brasileiro.
Outro aspecto que merece atenção é a qualidade do produto. Segundo os especialistas ouvidos pelo BNDES para a elaboração do estudo, é necessário que sejam criadas políticas de incentivo à qualidade via preço, ou seja, pagar mais para quem oferecer produtos que atendam a parâmetros de qualidades definidos. Em relação a isso, também foi citado que é importante que os medidores de qualidade internacionais sejam adotados pelos produtores brasileiros para que haja mais chances de melhorar as exportações.
Políticas públicas também precisam ser modificadas, e o documento aponta que ações para que os produtores menos eficientes possam melhorar seus processos devem substituir as atuais indicações de proteção a quem produz menos.
Além desses desafios, o documento aponta a necessidade de coordenar e integrar todos os atores da cadeia produtiva: produtores, fornecedores de insumos, operadores logísticos, indústrias de processamento, atacadistas e varejistas. Quando todos os envolvidos atuam de forma mais integrada, o resultado é encontrado em mais eficiência e maior competitividade, justamente o que o setor precisa.
Fonte: BNDES, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.