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Milho: por que a cotação tem caído?

Maize also known as corn is cereal grain, cultivated in India .Maize is used for corn ethanol, animal feed and other maize products, such as corn starch and corn syrup.Also used as food for animal.

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A cotação do milho no mercado brasileiro apresentou uma sequência de quedas no início de junho. O indicador Esalq/BM&Bovespa mostra uma queda de 13%. O preço da saca de 60 quilos do grão na região de Campinas, que estava cotado a R$ 103,23 em 18 de maio, chegou a R$ 89,87 no último dia 18 de junho, o menor patamar dos últimos 45 dias.

No mercado internacional, o recuo na cotação do cereal também foi notado. Na Bolsa de Valores de Chicago, o contrato com preço futuro para setembro despencou quase 7% apenas no dia 17 de junho. Dessa forma, os preços também baixaram nas exportações dos portos brasileiros e nos valores pagos diretamente ao produtor.

No balanço de uma semana, entre 10 e 17 de junho, o milho no Porto de Paranaguá na base de compra caiu de R$ 85 para R$ 83 a saca, um recuo de 2,35%. No Porto de Santos, no mesmo período, a queda foi maior, de 12,8%, saindo de R$ 86 para R$ 75 a saca.

Motivos para a queda na cotação do milho

Início da colheita do milho safrinha em importantes estados produtores ajudou a derrubar a cotação do produto. (Fonte: Shutterstock/Claudia Harms-Warlies/Reprodução)

Fatores domésticos e internacionais influenciaram a cotação do milho nos últimos dias. No Brasil, a pré-colheita da safrinha traz a expectativa de um aumento da oferta em breve. Isso ajuda a derrubar os preços, pois afasta os compradores das negociações — já que eles esperam que um maior volume do grão no mercado leve a novos recuos do preço. Por outro lado, os vendedores tiveram receio em ofertar grandes volumes, devido aos estoques baixos e às incertezas quanto à produtividade das lavouras.

Nos Estados Unidos, divergências sobre as condições climáticas entre as principais agências meteorológicas geraram incertezas sobre o volume da colheita da safra atual, o que provocou um forte recuo nas cotações do futuro na bolsa de Chicago. 

O cereal também foi afetado pelo anúncio do Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve) de que as taxas de juros americanas podem subir em um ritmo mais rápido do que o esperado. A notícia pegou o mercado de surpresa, teve um efeito negativo imediato sobre o preço do dólar e levou a uma queda geral das commodities nas cotações em real.

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Expectativas para a safra

Condições climáticas adversas derrubaram produtividade da segunda safra do cereal. (Fonte: Shutterstock/Vlad Ispas/Reprodução)

A cotação do milho deve cair ainda mais nas próximas semanas, devido ao aumento da colheita da safrinha, que foi já iniciada em alguns estados produtores importantes, como Paraná e Mato Grosso. O recuo nos preços está trazendo alívio para a avicultura e suinocultura, que estavam com as margens pressionadas pela valorização do grão.

No entanto, a baixa de preços deve durar somente até o final da colheita da safrinha. Fatores como a menor expectativa de produção brasileira, os baixos estoques internacionais do grão e as dificuldades de produção na Argentina devem contribuir para as cotações voltarem a subir durante o terceiro ciclo do grão.

No Brasil, a produção nas três safras do cereal está estimada em 96,4 milhões de toneladas, um recuo de 6% frente à temporada anterior, segundo última estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume deverá ser insuficiente para atender o consumo interno previsto em 72 milhões de toneladas e a demanda por exportações, prevista para 35 milhões de toneladas.

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Fonte: Radar Investimentos, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Agência Safras, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

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