Alta do dólar favorece produtores de soja

17 de março de 2020 2 mins. de leitura
O mercado agricultor se fortalece quando a moeda norte-americana se torna mais valorizada perante o real

Na primeira quinzena de março, a cotação do dólar alcançou a casa dos R$ 5, uma marca histórica. Se isso complica diversos segmentos da economia, para os plantadores de soja acaba se tornando uma boa notícia: a saca do produto está cada vez mais valorizada, chegando a alcançar 12% a mais do que o preço praticado no ano passado. “Embora o impacto possa ser moderado na área de soja ou milho, uma moeda mais fraca é sempre preferida pelos agricultores brasileiros, porque suas colheitas são exportadas principalmente cotadas em dólares americanos. Portanto, o dinheiro que eles recebem e gastam vale mais no final do dia”, analisa o especialista Luis Vieira no Successful Farming.

Apesar de o dólar ter se valorizado em relação ao real, ele fez o mesmo no mercado internacional, favorecendo quem comercializa nessa moeda — como é o caso dos produtores de soja. No Porto de Paranaguá (PR), por exemplo, no começo de fevereiro, a saca de 60 quilos era comercializada a R$ 86,50. No fim do mês, o valor já alcançava os RS 90, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Também em fevereiro, em apenas 15 dias úteis, a exportação de soja rendeu US$ 1,236 bilhão, totalizando 3,554 milhões de toneladas; assim, a média da tonelada no mês foi de US$ 348.

Desafios e expectativas

(Fonte: Agência Paraná)

Apesar de a soja ser o produto mais exportado pelo Brasil e, com isso, segurar a economia em tempos de dólar alto, é importante lembrar que a falta de um seguro rural faz com que os concorrentes possam se destacar e conquistar mercados dominados pelo nossos produtos. Também existem os riscos das variações climáticas, da falta de ferrovias para escoar a produção e da precariedade de alguns postos de armazenagem.

Também pode-se destacar que a alta do dólar ainda não afetou os insumos necessários à produção de soja. Normalmente, seus valores também são na moeda norte-americana, mas continuam sendo praticados com o dólar mais baixo, próximo a R$ 4,20. Com tantos fatores positivos, a expectativa é finalizar a produção de 2020 com 124 milhões de toneladas, cerca de 25 milhões acima dos Estados Unidos.

Fonte: Successful Farming, CEPEA

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