Açúcar brasileiro: o que está por trás da queda nas exportações

30 de setembro de 2019 3 mins. de leitura
Commodity nacional tem baixa em exportação devido a mercado e novos negócios

Os últimos meses têm sido turbulentos para o mercado mundial de açúcar, que projeta um deficit para a safra 2019/2020; a Bolsa de Nova Iorque, responsável por controlar o cenário, tem negociado em níveis abaixo do esperado. O Brasil reduziu a produção para poder controlar os preços, além de dar mais atenção para a produção de etanol, outro derivado da cana-de-açúcar.

Segundo os dados do Ministério da Economia (ME), o Brasil exportou, na safra do ano passado, mais de 18 mil toneladas de açúcar bruto, representando um deficit de 22,1% em relação a 2017. A queda no preço foi um fator de maior peso, já que, para o mesmo período, o valor das exportações ficou em US$ 5,39 bilhões, indicando um deficit de 40,4% em comparação com o ano anterior. O produto terminou 2018 com 17,69% de participação nas exportações dos produtos semimanufaturados, ficando em 9º lugar no ranking de Principais Produtos Exportados (PPE).

Já o açúcar refinado, segundo o ME, teve queda maior que na exportação, com mais de 3 milhões de toneladas embarcadas em 2018, representando um deficit de 42,5% em relação ao ano anterior. O baixo valor do açúcar refinado no mercado também impactou o valor da venda, que teve diminuição de 52% na variação entre 2017 e 2018, alcançando pouco mais de US$ 1 bilhão. Assim, o produto representou 1,32% das exportações de produtos manufaturados, ficando em 38º lugar no ranking do PPE.

A Ásia é o principal importador do açúcar brasileiro; Índia (nosso principal concorrente) e Bangladesh juntos representaram quase 20% do consumo em 2018, porém a Argélia, um dos representantes do grande mercado africano, foi responsável por 12% do consumo, e entre janeiro e agosto de 2019 já atingiu a marca de 16%.

Em relação ao açúcar refinado, o continente africano é o maior importador, com Benin (11%), Angola (8,2%) e Togo (6,1%) como os maiores consumidores. Já os Emirados Árabes Unidos são os líderes em importação da commodity brasileira, batendo a marca de 12%, seguidos, no Oriente Médio, pela Arábia Saudita (7,4%). Os Estados Unidos também são grandes importadores, com 8,7% da participação do montante de açúcar refinado brasileiro.

Ao que tudo indica, a queda vem ocorrendo devido à diminuição do preço do açúcar no cenário internacional (bem como no doméstico), além da crescente preferência das indústrias brasileiras em produzir etanol, passando o valor exportado a ser maior que o do açúcar refinado. A cada ano, a produção de etanol vem batendo recordes, tanto que, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deverá alcançar em 2019 uma produção total de 33,14 bilhões de litros, o equivalente a um aumento de 21,7% em relação ao ano anterior.

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Fontes: BMF Bovespa, Fearp, Conab.

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