Percepção versus realidade do agro

28 de agosto de 2019 3 mins. de leitura
Neste artigo, o presidente da Abag diz que é preciso uma comunicação eficiente para que a interpretação dos fatos seja coerente aos acontecimentos

Embaixadores do Agro

Por Marcello Brito*

A falta de uma comunicação eficiente sobre o que o agro tem feito, tanto na questão ambiental como no aspecto da segurança alimentar, tangenciou o nosso discurso na abertura do Congresso Brasileiro do Agronegócio, que aconteceu no início de agosto.

Os principais temas relacionados com o setor passam hoje por um processo em que a percepção se sobrepõe à realidade. Entre os assuntos mais deliberados nos últimos meses nas mídias estão o desmatamento, o acordo entre União Europeia e Mercosul e a liberação dos agroquímicos.

Porém, grande parte das informações divulgadas não reflete a realidade dos fatos, o que faz com que haja uma percepção negativa acerca do trabalho realizado por essa imensa cadeia produtiva que compõe o agronegócio.

Devemos ser os primeiros a denunciar o desmatamento ilegal. Produtor cria; não destrói

A percepção sobre as realidades brasileiras pode ajudar ou atrapalhar o sucesso do nosso agronegócio em nível mundial. O primeiro passo para revertermos esse processo deve ser o alinhamento dos discursos, que precisam ser pautados mais em ciência e em dados e menos em engajamento ideológico.

Por exemplo, devemos ser os primeiros a denunciar o desmatamento ilegal. Temos de combater a criminalidade, e desmatamento ilegal é crime. Não podemos ser coniventes com esse tipo de ação delituosa. “Desmatador” destrói. Produtor cria. Estão em categorias diferentes.

É preciso cuidar da percepção dos ótimos feitos do Brasil, dentro da lei, da ordem e dos princípios da sustentabilidade e da bioeconomia. Da mesma forma, precisamos de lei e ordem para punir os criminosos, os ladrões de floresta, os ilegais que destroem nosso patrimônio e junto com ele a imagem do Brasil.

Acreditamos que a sustentabilidade é totalmente favorável ao País a à sua agricultura. Ela insere um novo padrão mundial e dissolve a dicotomia de que ou há conservação ou há produção. Hoje o Brasil prova ao mundo que é possível ter produção e conservação, com rentabilidade para os negócios.

Marcello Brito é presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).

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