Eleições e o agro

12 de abril de 2022 3 mins. de leitura
Além de narrativas eleitoreiras ou de ideias que não formam um sistema, o agro exige planos dos candidatos

Embaixadores do Agro

Por José Luiz Tejon Megido

O agronegócio significa, pelo último levantamento do Cepea/CNA, 27,4% do, Produto Interno Bruto do Brasil (PIB) do Brasil. O PIB de 2021 foi de R$ 8,7 trilhões, então o PIB do complexo agroindustrial inteiro somou R$ 2,383 trilhões, ou seja, praticamente R$ 2,4 trilhões, o que em dólar significaria um montante de cerca de US$ 495 bilhões, dependendo da variação da taxa da moeda.

Na média dos anos, o valor do PIB do agro brasileiro na soma do antes, dentro e pós-porteira das fazendas oscila em torno de US$ 500 bilhões.

Fica aqui a pergunta que passamos a fazer em abril para as lideranças desse segmento, o maior da economia do Brasil: sobre quais são as expectativas desses líderes a respeito das propostas dos candidatos à presidência da república, conectando o potencial de crescimento do agronegócio com o potencial de crescimento do PIB?

Na década passada, de 2011 a 2020, enquanto a agropecuária crescia 32,5%, o PIB do Brasil cresceu apenas 2,7%, segundo a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).

As eleições deste ano serão decisivas sobre a história desta década. O governo de 2023 até 2026 será responsável ou por um planejamento de crescimento da economia do País, ou por um desastre de mais uma década perdida e sofrida.

Quando ouvimos líderes do setor, ouvimos geralmente que o ideal é o governo não interferir e deixar o produtor em paz. Porém, agronegócio não depende apenas dos produtores rurais, depende da indústria, do comércio, do serviço, depende das relações exteriores, da infraestrutura, da ciência, da pesquisa, das políticas econômicas e de planejamento de médio longo prazo, um ângulo de Estado.

Agronegócio nos fundamentos da sua criação, na universidade de Harvard, nos anos 1950 pelos professores Ray Goldberg e John Davis é a soma de todos os fatores desde a pesquisa, insumos, mecanização, passando pela produção agropecuária, envolvendo transportes, logística, finanças, o setor agroindustrial, exportação, supermercados e chegando ao consumidor final, nas cidades, dos derivados originados nos campos, mares e águas, pois frutos das águas também fazem parte.

Então, vamos perguntar aqui no Summit Agro Estadão, e gostaríamos que você leitor mandasse suas visões e opiniões: o que esse segmento, o maior da economia brasileira quando reunidas as suas partes, do antes, dentro e pós-porteira das fazendas, deveria esperar dos candidatos à presidência da República?

Alimentos, energia, fibras, meio ambiente, responsabilidade social, cooperativismo, ciência, pesquisa, educação, nutrição humana, saúde, segurança alimentar, conectados aos impactos gerados no PIB do País.

O que esse segmento, que significa cerca de 30% do PIB brasileiro, deveria esperar dos candidatos à presidência da República?

É muito mais do que palavras bonitas e narrativas genéricas, vamos cobrar planos que se comuniquem entre si muito mais do que peças esparsas num tabuleiro de um quebra cabeça que não se integra e como fazer de fato e de verdade do Brasil a maior potência agroalimentar e ambiental do planeta?

Planos concretos de como crescer e distribuir renda, onde o agronegócio tem um papel único nessa missão deve ser o nosso dever de cidadania doravante.

Agronegócio e crescimento do PIB, uma coisa só.

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