O agro que muitos vivem e poucos conhecem

10 de março de 2021 3 mins. de leitura
Este é o tema da websérie que Camila Telles lança hoje no seu canal de Youtube

Embaixadores do Agro

Por Camila Telles*

Já faz alguns anos que defendo a comunicação no agronegócio e, desde 2015, me dedico somente a isso. Em 2019 viralizou uma paródia que fiz sobre essa temática. Desde lá, venho rebatendo em minhas redes sociais, em minhas palestras, e em todas oportunidades que tenho as mentiras que são ditas sobre o setor que sustenta o Brasil. Mas a dúvida que fica é: até quando vamos só rebater as desinformações que chegam contra o setor? 

Umas das coisas que mais escuto é que os conceitos de preservação, biodiversidade e sustentabilidade não podem ser aplicados ao agronegócio brasileiro. A avalanche da desinformação vai crescendo e formando um grande tsunami. 

Há aqueles que dizem, erroneamente, que produzir e preservar não é uma realidade possível. Há também aqueles que falam que o agronegócio é um setor predador da natureza, porém contra dados não existem argumentos. A Embrapa Territorial pontua que mais de 66,33% das terras brasileiras estão preservadas.  Neste percentual está incluso a vegetação nativa, que engloba a florestal, a savânica e a campestre. 

Quem trabalha “dentro da porteira”

Com o objetivo de mostrar o agro que muitos vivem e poucos conhecem, hoje, às 21h, lanço no meu canal de Youtube a websérie “O Outro Lado do Agro”.

O lado da produção com sustentabilidade que valoriza a biodiversidade. E, felizmente, falo em produção de grande escala.

Quem disse que grandes produtores de soja não são peças essenciais na preservação da onça-pintada e outras espécies? Quem disse que o agricultor é o principal responsável pelo desmatamento no Brasil? 

Poucos sabem, mas o Brasil reduziu drasticamente o desmatamento após 2004, redução essa de mais de 70% até o momento. O bioma da Amazônia representa 50% da área do país, e atualmente 85% está preservado.

Contei antes que o Brasil conta com 66% de sua área preservada com vegetação nativa, mas agora acrescento que somente 30% desta área é destinada à agropecuária. E ainda: dos 66%, mais de 25% são preservadas pelos produtores rurais em propriedades privadas.

Para o espanto de muitos, o Ministério do Meio Ambiente informou que, em 2017, a maior parte do desmatamento, ou seja, mais de 60% ocorreu em áreas públicas como unidades de conservação, assentamentos, terras não destinadas e ainda em áreas devolutas. 

E aí vem uma outra grande informação: o principal problema é o desmatamento ilegal na Amazônia e não a agricultura, como querem expor mundo afora.  

Já disse isso mais de uma vez, e não tenho medo algum em reforçar: criminoso ambiental não pode ser considerado produtor rural. Pois os verdadeiros produtores rurais preservam, produzem e sustentam o PIB do Brasil. 

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*Camila Telles é produtora rural, empresária, comunicadora e defensora do agro brasileiro. Formada em Relações Públicas com especialização em Marketing Estratégico, seus vídeos nas redes sociais têm mais de 1 milhão de visualizações, atingindo também o público que não tem convívio com o setor.

Nota: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão.

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