Estimativa aponta que os sintomas de depressão aparecem em 36% dos trabalhadores rurais, enquanto o índice nacional é de 15%
Publicidade
Conheça o mais relevante evento sobre agronegócio do País
O trabalhador rural está mais exposto a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, do que a população urbana, apontam pesquisas realizadas em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Dessa forma, os sintomas depressivos aparecem em 36% das pessoas que trabalham no campo, enquanto a prevalência geral do transtorno na população brasileira é de 15%.
Cerca de 40% dos funcionários do agronegócio apresentam sintomas de transtornos mentais, de acordo com uma estimativa da Jungle Medical, especializada na abordagem de saúde mental nas empresas. Enquanto isso, 14% da população mundial têm sinais semelhantes, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Quem precisa tratar da saúde mental no campo tem mais dificuldade para acessar os recursos terapêuticos. A procura por psicólogos pela população do campo é 50% menor do que pelos trabalhadores urbanos, e quase 90% dos pacientes de regiões rurais que precisam de terapia têm de se deslocar para as cidades para ter acompanhamento profissional.
A vida no campo não impede que os trabalhadores estejam imunes aos fatores de risco para o desenvolvimento de ansiedade e de depressão. Além do isolamento geográfico, que torna mais difícil o acesso aos serviços de saúde mental, o baixo nível educacional e a fragilidade econômica contribuem para o aumento dos sintomas de transtornos mentais.
Assim como na cidade, os funcionários da fazenda estão expostos ao estresse devido a cargas produtivas muito altas. O trabalhador rural sofre, ainda, com as características próprias do agronegócio, como as intempéries. O uso de defensivos agrícolas sem a proteção inadequada também colaboram para a piora da saúde psicológica.
Durante a pandemia de covid-19, as mudanças de hábito provocaram mais estresse no campo, refletindo no aumento do uso de cigarro e de álcool, segundo o relato do diretor-executivo (CEO) da Jungle, Bruno Shiozawa, durante uma palestra no evento de premiação do Great Place to Work (GPTW). O consumo das duas substâncias está associado ao crescimento dos quadros de ansiedade.
Leia também:
Os transtornos da saúde psicológica podem ser tratados e prevenidos de forma fácil, com a adoção de uma rotina saudável. As empresas do agronegócio podem criar programas de proteção aos riscos de desenvolvimento de transtornos mentais, incentivando ações de prevenção, como:
Em caso de necessidade de tratamento, o empregador deve incentivar e apoiar a terapia psicológica. Cuidar dos sintomas de transtornos mentais dos trabalhadores do campo faz parte de uma rotina de atenção plena à saúde, reduz os afastamentos laborais e eleva a produtividade na propriedade rural, com benefícios tanto para o colaborador quanto para o agronegócio.
Fonte: Universidade de Cruz Alta (Unicruz), Organização das Nações Unidas (ONU)