PIB do agronegócio: quais são as previsões para 2022? - Summit Agro

PIB do agronegócio: quais são as previsões para 2022?

4 de janeiro de 2022 4 mins. de leitura

Depois de um resultado fraco no 3° trimestre de 2021, o PIB do agronegócio deve fechar o ano com resultado positivo e continuar crescendo em 2022

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O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro desacelerou o ritmo de crescimento durante o período de julho a setembro de 2021, mas o setor de agropecuária continua registrando uma alta significativa ao longo do ano.

O PIB do agronegócio teve uma alta de apenas 0,4% no terceiro trimestre do ano, de acordo com cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O indicador abrange tudo que é movimentado dentro e fora da porteira, diferente das projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que considera apenas a produção dentro das fazendas.

O resultado na agricultura foi influenciado principalmente pela estiagem, segundo avaliação de César Castro, especialista da Consultoria Agro do Itaú BBA. O milho safrinha, o café e a laranja foram atingidos pela seca. “Além disso, teve a pecuária que já estava com números menores por conta do ciclo pecuário e incorporou o mês de setembro, em que foi muito ruim o abate”, ele completou.

PIB do agronegócio em 2021

Retomada de exportações de carne bovina para a China foi autorizada. (Fonte: Gatien GREGORI/Shutterstock)
Retomada de exportações de carne bovina para a China foi autorizada. (Fonte: Gatien GREGORI/Shutterstock)

No acumulado de janeiro a setembro, o setor agropecuário teve uma alta expressiva de 10,79%. O resultado foi impulsionado pela expansão da agricultura, que registrou variação acumulada de 17,06% no período. Enquanto isso, a pecuária teve recuo de 4,76%, reflexo da elevação dos custos e da menor produção do boi gordo.

Em 2021, o PIB do agronegócio deve encerrar com um crescimento de 9,37%, segundo projeções da CNA e do Cepea. Os preços mais elevados devem segurar o faturamento e compensar as reduções de volume de produção na agropecuária.

O volume produzido deverá cair bastante para algodão (-21,47%), café (-25,68%), cana-de-açúcar (-13,15%), feijão (-10,75%), laranja (-13,83%) e milho (-15.17%). Na pecuária, excetuando os suínos, todos os produtos terão retração de produção, segundo estimativa.

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Previsões para 2022

Safra de milho não deverá ser prejudicada pelo La Niña. (Fonte: Vinicius Abe/Shutterstock)
Safra de milho não deverá ser prejudicada pelo La Niña. (Fonte: Vinicius Abe/Shutterstock)

Em 2022, o resultado do agronegócio brasileiro deverá ser até 5% maior, segundo projeções da CNA e do Cepea. A safra de grão será recorde caso confirme a estimativa de 289 milhões de toneladas, um volume 14% maior do que 2021.

Na pecuária, os números são ainda mais expressivos. O gado de corte terá um crescimento do faturamento anual em 22%, a avicultura de corte chegará a 47% e os suínos devem crescer perto de 20%, segundo estimativas.

Influência do clima no agronegócio em 2022

O clima em 2022 será melhor para o produtor brasileiro, embora os efeitos negativos do fenômeno climático La Niña poderão ser sentido com mais força no Rio Grande do Sul. “A soja foi plantada no momento ideal, é possível que seja colhida bem, e o milho plantado cedo”, relatou Castro. Dessa forma, “o panorama é muito bom para o ano em quase todas as culturas”, ele avaliou.

Preocupação com insumos

O produtor teve que aumentar a cautela com relação à aquisição de insumos agrícolas. Na avaliação do especialista em Agronegócio do Itaú BBA: “a grande preocupação hoje é a safra 22/23 que vai ser plantada daqui a pouco menos de um ano”.

De acordo com Castro, as relações de troca de fertilizantes são as piores da história. Por isso, o agricultor pode querer esperar para realizar compras mais baratas de fertilizantes e agrotóxicos. Quando isso acontecer, gerará uma alta demanda que pode provocar um atraso na distribuição dos produtos. “Será meio arriscado deixar para a última hora”, ele alertou. “Isso pode atrasar o calendário de plantio e prejudicar diversas culturas”, completou Castro.

Fonte: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).

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