Agronegócio foi o setor que mais contribuiu para a redução de emissões de carbono entre 2005 e 2020, período abrangido pelo Acordo de Paris
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As atividades agropecuárias foram responsáveis por 73% de todas as emissões de gases de efeito estufa do Brasil em 2020, de acordo com dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) mantido pelo Observatório do Clima. O número é 10% menor em relação a 2005, quando o setor representava 83% das emissões brasileiras.
De 2005 até 2020, período considerado como base para o Acordo de Paris, o agronegócio brasileiro diminuiu em 17% o volume de suas emissões, saindo de 2,2 bilhões de toneladas de carbono para 1,6 bilhão de toneladas no período. A agropecuária foi um dos poucos setores que apresentou diminuição nesse meio-tempo.
As alterações do uso do solo, que incluem desmatamento e queimadas, foram as maiores responsáveis pela emissão de carbono em 2020, com mais de 900 milhões de toneladas liberadas, representando 58% do volume do agronegócio e 43% do total do Brasil.
Em segundo lugar, a fermentação entérica, produzida por animais durante a digestão, lançou 372 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, equivalente a 23% do setor agropecuário e 17% das emissões brasileiras.
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O Acordo de Paris, assinado durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2015 (COP-21), definiu objetivos de redução de emissões de gases do efeito estufa, visando à limitação do aquecimento global em níveis abaixo de 2°C até o fim do século 21.
Os compromissos assumidos pelo Brasil, de forma voluntária, estipulavam a redução do lançamento de CO2 na atmosfera entre 36% e 39% em 2020, se comparado aos níveis de emissões de 2005, quando foram liberados 2,7 bilhões de toneladas de carbono.
O Brasil chegou mais perto do objetivo firmado no Acordo Paris em 2018, quando o volume caiu para 1,9 bilhão de toneladas de CO2 lançadas na atmosfera, em recuo de 28% nas emissões. No entanto, o país fechou 2020 com 2,16 bilhões de toneladas de carbono emitidas, em nível apenas 20% inferior há 15 anos.
Durante a COP-26, realizada em Glasgow (Escócia), o Acordo de Paris foi debatido e os países reforçaram os compromissos assumidos. O governo brasileiro se comprometeu a ampliar as metas estabelecidas anteriormente, estabelecendo um novo alvo de redução de 50% das emissões de gases do efeito estufa até 2030 e a neutralização total do carbono até 2050.
Além disso, o Brasil anunciou que deve zerar o desmatamento ilegal até 2028. Para isso, o País planeja a redução de 15% por ano até 2024 em comparação ao nível de 2022. Entre outras metas, o governo anunciou a restauração ou o reflorestamento de 18 milhões de hectares até 2030 e a recuperação de 30 milhões de hectares de pastagens degradadas.
O agronegócio continuará sendo um parceiro fundamental no combate às mudanças climáticas. Antes do encontro climático, o governo anunciou o lançamento do Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Plano ABC+), que pretende reduzir a emissão de carbono equivalente em 1,1 bilhão de toneladas no setor agropecuário até 2030.
Fonte: Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).