Com investimento em tecnologia, conectividade e crédito acessível, o ambiente já positivo do agronegócio tende a se desenvolver cada vez mais
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João Carlos Marchesan*
Em função da pandemia causada pela covid-19, os anos de 2020 e 2021 foram bastante desafiadores, particularmente para a indústria de máquinas, equipamentos e implementos agrícolas.
O cenário sensível demandou resiliência e interlocução por parte dos setores produtivos com as diversas instâncias do governo federal, objetivando demonstrar às autoridades públicas em todas as suas esferas, a relevância que temos para o PIB, para a geração de emprego e arrecadação de impostos. Também reforçamos as peculiaridades da cadeia produtiva, a qualidade da mão de obra empregada, a importância da obtenção de capital de giro e financiamento para a modernização das máquinas compatíveis com a atividade realizada, entre outros fatores.
Apesar dos prognósticos nada animadores e seus impactos na economia, o setor do agronegócio, alimenta 211 milhões de habitantes deste país e ainda exporta para mais de um sexto da população mundial, ajudando a alimentar 1,3 bilhão de pessoas, demonstra sua força e vem crescendo ao longo dos últimos meses.
Especificamente sobre o segmento de máquinas e equipamentos agrícolas, nossos levantamentos mostram que devemos crescer algo acima de 40% esse ano, comparando com 2020.
De acordo com o mais recente boletim da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos para Agricultura da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), divulgado em agosto de 2021, os números demonstram crescimento significativo nos principais indicadores relacionados ao setor, o que nos faz manter o otimismo em relação ao próximo ano.
No que tange ao faturamento do setor de máquinas agrícolas, na comparação entre janeiro a agosto de 2020 e o mesmo período de 2021, houve um incremento de 53,1%.
A exportação cresceu 28,5% e a importação, 31,6%. O número de empregos, na comparação entre agosto de 2020 e 2021, teve variação ascendente de 20,6%. O nível de utilização da capacidade instalada também aumentou, atingindo 79%.
Grande parte desse avanço deve-se, principalmente, a ganhos de produtividade, resultantes de inovações tecnológicas adaptadas ao solo e clima do Brasil e incorporadas pelos fabricantes.
Tais resultados são muito benéficos para o país, haja vista que máquinas e equipamentos influenciam diretamente na expansão tecnológica e no ganho de produtividade de diversas áreas.
Aliás, temos plena convicção que investir na compra de máquinas e implementos agrícolas representa um impulso essencial para fomentar a produção no campo e incentivar a competitividade a fim de manter o crescimento do setor de forma sustentada.
Não podemos esquecer também que, com a agricultura 4.0 e a agricultura avançada, vivemos uma verdadeira revolução através da inteligência artificial e internet das coisas embarcadas nas máquinas e implementos.
Mas para o efetivo fortalecimento dos setores produtivos e um desenvolvimento consistente, faz-se imperativo um ambiente propício, no médio e longo prazo, de baixo risco e de crescimento, com oferta de crédito a juros de mercado, compatíveis com a atividade produtiva.
Precisamos, ainda, unir forças de nossas entidades representativas. Assim, podemos criar e instaurar medidas que darão o arcabouço necessário para desenvolvimento sustentável e consistente no período pós-pandemia.
*João Carlos Marchesan é administrador de empresas, empresário e presidente do Conselho de Administração da Abimaq