O seguro agrícola cresceu 15,6% no Brasil em 2019, mas apenas 10% do agronegócio brasileiro está assegurado
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O seguro agrícola ameniza os riscos de perdas no agronegócio e proporciona a recuperação da capacidade financeira do produtor na eventualidade de sinistros ocorridos por motivos naturais. Em 2019, o mercado brasileiro emitiu R$ 5,3 bilhões em prêmio no seguro agrícola, um crescimento de 15,6% em comparação a 2018.
“Esse crescimento do setor deve-se principalmente ao maior investimento dos governos na subvenção agrícola e a uma maior percepção dos produtores em relação aos riscos“, defendeu Joaquim Neto, superintendente de produtos Agro da Tokio Marine Seguradora.
“Ainda assim, temos como grande desafio aumentar a participação do seguro rural entre os agricultores”, comentou o executivo. Atualmente, os seguros para o setor agrícola cobrem apenas 10% do mercado nacional.
“Sem seguro, o retorno de um produtor à sua atividade pode levar até três anos”, ele exemplificou. “Por outro lado, se tiver seguro, o pagamento do sinistro é feito em até 30 dias, ou seja, essa rápida recuperação da atividade acaba beneficiando toda a cadeia produtora”, afirmou o superintendente de produtos.
“O seguro agrícola pode ser contratado por qualquer tipo de produtor por meio de corretores de seguro de forma simples e ágil”, garantiu Joaquim Neto. A partir das informações das safras, é possível formatar coberturas que atendam às demandas dos produtores pequeno, médio e grande.
“Na formatação da apólice, levamos em consideração uma série de fatores, como o município da propriedade rural, as culturas produzidas e as épocas de plantio”, explicou o executivo. O produtor também pode contratar o seguro por talhonamento, que é específico para certas áreas da plantação com diferentes tempos de plantio e tipos de semente.
O agricultor deve verificar se seus investimentos em tecnologia são considerados. “Quanto mais o agricultor investe em sua produção com maquinário de ponta, correção do solo, adubos, defensivos de última geração, sementes e até a utilização de irrigação, mais o seguro deve atender à expectativa de aumento de produtividade”, esclareceu o profissional.
As modalidades de seguro mais contratadas pelo agronegócio são o de safras e o de equipamentos, segundo o especialista. O seguro de safras oferece proteção contra perdas decorrentes de eventos climáticos, como seca, excesso de chuva, granizo, geada e variação excessiva de temperatura.
O gestor explica que o produto da seguradora é dividido em três modalidades: Risco Nomeado, com o sinistro calculado pelo percentual de dano; Multirrisco Custeio, que garante o retorno do investimento realizado no plantio e na manutenção da lavoura; e Produtividade, que cobre a produção do agricultor de acordo com o nível de cobertura contratado, quando houver diferença entre a produtividade segurada e a colhida.
Já o seguro de equipamentos é destinado à proteção do maquinário utilizado nas operações de plantio, manejo, condução e colheita de cultivos agrícolas.
A subvenção é um auxílio oferecido tanto pelo governo federal quanto pelos estaduais paulista e paranaense, que assumem parte do custo de contratação do seguro rural pelo agricultor. “A subvenção é muito importante para a sustentabilidade do seguro rural e um estímulo à contratação pelo agricultor”, avaliou Joaquim Neto.
No Brasil, desde 2006, quando o Governo passou a subvencionar o seguro no agronegócio, o número passou de 1,5 milhão de hectares segurados em 20 culturas, para os atuais 12 milhões de hectares em 70 culturas.
Em 2020, o governo federal anunciou o aumento da subvenção federal do seguro agrícola para R$ 1 bilhão. Conforme estimativas de Joaquim Neto, essa medida, somada ao esforço das seguradoras em ampliar o conhecimento e a importância do seguro entre os produtores, deve impulsionar a contratação de seguro no agronegócio em até 50% este ano.
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Fonte: Susep.