Doenças do algodão: saiba como fazer o manejo da lavoura - Summit Agro

Doenças do algodão: saiba como fazer o manejo da lavoura

27 de abril de 2021 4 mins. de leitura

Aprenda a como monitorar, identificar e controlar as principais doenças do algodão para evitar perda de produtividade

Publicidade

Conheça o mais relevante evento sobre agronegócio do País

O Mato Grosso, maior estado cotonicultor do Brasil, está sofrendo com chuvas acima da média, o que gera preocupação com a ocorrência de doenças do algodão. Com a maioria das lavouras em fase de floração e de formação de maçãs, as condições fitossanitárias são essenciais para garantir a produtividade, especialmente durante uma safra com redução de produção.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que o Brasil terá uma redução de 16,4% na produção total de algodão em pluma na safra 2020/2021 em comparação ao período anterior. A estatal prevê a colheita de 2,5 milhões de toneladas do produto, que serão plantadas em uma área 14,5% menor e com uma diminuição na produtividade em 2,3%.

A estimativa de queda da safra ocorre principalmente por conta das condições de mercado. A demanda do algodão retraiu durante a paralisação de atividades provocadas pela pandemia, enquanto culturas como a soja e o milho se tornaram mais atrativas para os produtores. Além disso, incertezas sobre a regularidade de chuvas no cerrado reduziram a janela de plantio.

Manejo das doenças do algodão

O controle químico é a última opção para manejar as doenças nas lavouras de algodão. (Fonte: Shutterstock/Ververidis Vasilis/Reprodução)
O controle químico é a última opção para manejar as doenças nas lavouras de algodão. (Fonte: Shutterstock/Ververidis Vasilis/Reprodução)

As principais doenças do algodão são causadas por fungos. Por essa razão, condições de alta umidade e de calor se tornam perfeitas para a proliferação desses males, que podem comprometer até 80% da produtividade da lavoura.

Como as principais lavouras de algodão estão localizadas no cerrado brasileiro, o período de outubro a abril gera uma preocupação maior entre os cotonicultores. Em especial, quando alterações climáticas provocam precipitações acima da média no bioma. 

As estratégias para o manejo das doenças devem ser realizadas de maneira integrada, desde o preparo da área e escolha de cultivares com resistência às pragas — passando pela limpeza de equipamentos, rotação de culturas e manejo de regulador de crescimento — até o controle químico.

Leia também:

Conheça as tendências do mercado de algodão após alta histórica
Algodão: entenda os movimentos do mercado
Boas práticas para o plantio de algodão

Mancha de ramulária

Mancha de ramulária pode comprometer até 75% da produtividade do algodoeiro. (Fonte: Embrapa/Alderi Emídio/Reprodução)
Mancha de ramulária pode comprometer até 75% da produtividade do algodoeiro. (Fonte: Embrapa/Alderi Emídio/Reprodução)

Principal doença do algodoeiro, o fungo da mancha de ramulária provoca pequenas lesões anguladas nas folhas mais velhas, localizadas nas partes mais baixas, durante a fase de reprodução das plantas. Depois as manchas angulosas de coloração branca podem atingir folhas mais altas e causar o desfolhamento do algodoeiro.

O monitoramento constante da lavoura é fundamental para a aplicação de fungicidas antes do aumento da praga no campo. O uso alternado de defensivos com diferentes princípios ativos é uma estratégia importante, porque é bastante comum fungos resistentes ao tratamento.

Mancha angular

A mancha angular é causada por uma bactéria que provoca lesões de coloração verde e de aspecto oleoso nas folhas. A partir do avanço da doença, as lesões se tornam de coloração parda e necrosada. Além dos cuidados com a seleção de espécies resistentes e o controle químico, a doença pode ser combatida também com o deslintamento de sementes com ácido sulfúrico.

Murcha de fusarium

O fungo, que vive no solo, faz as folhas perderem a turgescência, deixando-as amarelas e fazendo-as cair, o que pode provocar, inclusive, a morte prematura das plantas. Os algodoeiros afetados se tornam menores, o que reduz o tamanho do capulho e diminui a produtividade da lavoura.

O manejo da doença é realizado evitando-se a sua introdução em áreas com o patógeno. Para isso, o tratamento de sementes é fundamental. Recomenda-se também a rotação de culturas e o plantio de cultivares resistentes.

Não perca nem um fato que acontece no agronegócio. Inscreva-se em nossa newsletter.

Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Aegro, Grupo Cultivar, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). 

Webstories