Surto da peste suína africana em 2019 abriu grande oportunidade para as exportações da carne suína brasileira
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Um surto de peste suína africana em 2019 fez a dinâmica de importações de carnes de porco no Brasil se movimentar. O mercado brasileiro de cortes suínos vem apresentando aquecimento intensificado desde que a China, responsável por 50% do consumo global desse produto, reportou a doença na província de Jiangsu à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em janeiro do ano passado.
Em decorrência do surto, o governo chinês teve que realizar o abate sanitário de uma grande parte do seu plantel, o que reduziu a produção no país em mais de 10 milhões de toneladas nos primeiros meses da crise. Isso fez o valor da carne disparar internamente para 41,9 iuanes (US$ 5,89 dólares) por quilo, o que acarretou aumento dos preços dos alimentos ao mais alto nível desde janeiro de 2012.
Esse cenário abriu uma grande oportunidade para o mercado brasileiro de carne suína, que é o quarto maior produtor e exportador do mundo, onde o último caso de peste suína africana registrado aconteceu em 1978.
No fim do último ano, a China aumentou em 150% as importações de carne de porco em relação a 2018, o que representa a maior demanda do gigante asiático pelo produto desde 2016. As importações de carne de porco em 2019 ficaram em 1.733 milhões de toneladas, 58% a mais do que no ano anterior. Os números impressionam, ainda mais considerando que os dados não incluem o volume de importações de miudezas e outras partes não musculares, conhecidas como “carnes de variedade”.
Felizmente, a peste suína africana não é transmitida para os seres humanos, mas é contagiosa e fatal para os animais, uma vez que não tem vacina nem cura. Os principais sintomas da doença são febre alta, sangramento e dificuldade respiratória.
O vírus é transmitido por meio do contato direto pode ser transportado por quem circula em locais infectados. Para evitar que a doença alcance regiões importantes na produção de carne suína, cuidados devem ser tomados com a entrada de pessoas e carnes oriundas da China.
Para o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Geraldo Marcos de Moraes, medidas preventivas estão sendo fortalecidas. “A preocupação maior é a inspeção de bagagens, de ingresso de viajantes que vêm ao Brasil vindos dessas áreas. Já tem medidas hoje tomadas nos portos e aeroportos”, explica.
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Fontes:Estadão