Com impactos em clima, umidade, solo e biodiversidade, o desmatamento ilegal é inimigo do agronegócio
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De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), de janeiro a agosto de 2019, o Brasil registrou 90,5 mil focos de incêndio em seu território. Em comparação com dados dos anos anteriores, o número foi o maior desde 2010, quando a seca intensa fez com que a quantidade de queimadas atingisse a marca de 137,7 mil em um mesmo período.
Os dois estados com maior registro de incêndio são os que têm mais destaque na produção agropecuária do País; no entanto, a degradação gerada é inimiga dos produtores rurais, principalmente em médio e longo prazos. Em primeiro lugar está o Mato Grosso, que lidera o Valor Bruto da Produção (VBP), índice que revela o faturamento do setor agropecuário; em segundo está o Pará, dono do quinto maior rebanho bovino do Brasil.
Apesar da aparente relação direta entre a pecuária e o desmatamento, é importante ressaltar que existem leis de regularização para que a abertura de pastos possa ser realizada. O desflorestamento ilegal e as queimadas impactam severamente e de maneira negativa o agronegócio em geral, por isso buscar soluções para reduzir a degradação é a única maneira de viabilizar o agro do futuro, que precisa ser mais produtivo e mais sustentável.
De acordo com pesquisadores das universidades federais de Minas Gerais e de Viçosa, nos próximos 25 anos as mudanças climáticas causadas pelo desmatamento intenso tendem a afetar diretamente a produtividade das lavouras. O estudo, com dados da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), complementa: mais de 16 milhões de toneladas de soja foram perdidas na safra de 2019 devido à seca que atingiu os principais cultivos do grão.
O dano está relacionado ao fato de a evapotranspiração das árvores em florestas tropicais ter grande impacto na umidade relativa e na temperatura da atmosfera; a seca, portanto, é resultado direto da degradação ambiental.
Outro estudo que avaliou os efeitos do desmatamento tropical no clima e na agricultura, feito por cientistas norte-americanas, revelou que, quando o desmatamento da Amazônia atingir a marca de 40% da área, a queda na incidência de chuvas será sentida a mais de 3,2 mil quilômetros de distância, o que equivale à distância de Manaus (AM) ao Mato Grosso do Sul. Atualmente, os registros sinalizam que a região já tem 20% de superfície desmatada.
Considerando que o Brasil é um celeiro agrícola e que apenas 5% da produção total contam com sistemas de irrigação, a falta de chuvas causa grande prejuízo para os produtores rurais. Além disso, a ineficácia no combate a crimes ambientais afeta a imagem do País com importadores e investidores, o que abala as negociações comerciais.
Ao constatar que 40% do desmatamento no último ano foram registrados em áreas públicas, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), em conjunto com outros órgãos e pesquisadores, lançou a campanha Seja Legal com a Amazônia. Essas entidades visam chamar atenção do poder público para a ocorrência do desmatamento ilegal e para o reforço da fiscalização nas áreas onde eles ocorrem.
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Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), BBC e Estadão.