O setor movimenta R$ 4 bilhões por ano no Brasil, e investimento em tecnologias apontam para uma oportunidade no mercado externo
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Enquanto a economia dá passos lentos para fora da crise, o comércio de alimentos orgânicos desponta como uma oportunidade de crescimento com a exportação. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no País já são 20 mil produtores registrados que movimentam R$ 4 bilhões por ano. E se engana quem pensa que o aumento no número de produtores representa uma saturação do mercado.
Dados recentes apontam que o setor cresce 20% ao ano no Brasil; e no resto do mundo não é diferente. O mercado é bilionário, segundo dados das instituições europeias Research Institute of Organic Agriculture (FiBL) e International Federation of Organic Agriculture (Ifoam). Nos dois principais mercados, Estados Unidos e Europa, o setor movimenta anualmente cerca de US$ 43,3 bilhões e US$ 31,1 bilhões, respectivamente.
Na vanguarda do desenvolvimento de novas tecnologias, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) aponta saídas para a produção de alimentos orgânicos. Segundo Walter Matrangolo, pesquisador da unidade dedicada ao desenvolvimento de milho e sorgo, os principais desafios da produção orgânica estão na integração dos conhecimentos tradicional e científico, no fortalecimento dos processos de produção e na busca de recursos financeiros para a geração de resultados.
Um dos obstáculos enfrentados por agricultores que investem em culturas orgânicas é garantir a segurança no armazenamento dos grãos sem o uso de pesticidas tóxicos. No caso do milho, a Embrapa testou com sucesso um inseticida natural chamado Terra de Diatomáceas, uma substância derivada de algas fossilizadas em pó inerte, pouco tóxico e com eficácia confirmada no controle de pragas.
E os esforços para a promoção do comércio de orgânicos não param por aí. Em maio deste ano, o Ministério da Agricultura inaugurou a Semana dos Orgânicos, destacando um crescimento de 339% no setor desde 2012. Em sua 15ª edição, o evento contou com a participação da ministra da pasta, Tereza Cristina, que associou o número recorde de produtores registrados aos esforços contínuos dos últimos 15 anos.
Na ocasião, a responsável pelo ministério defendeu a qualidade do produto nacional e anunciou um acordo entre Brasil e Chile para o comércio de orgânicos a partir de uma adaptação da legislação de ambos países. “Existe mercado lá fora, existe mercado aqui dentro, inclusive um mercado que paga mais por esses produtores. Então é uma questão de organização do setor”, afirmou.
Fontes: Embrapa, Estadão, Agronovas.