Mesmo com baixa expectativa de produção, preços da laranja no mercado vêm sofrendo quedas semana após semana
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O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) estima que a safra 2020-21 de laranja produzida no cinturão agrícola de São Paulo e do Triângulo Mineiro deve ser de apenas 287,76 milhões de caixas de 40,8 kg. O volume representa uma queda de 26% em relação à temporada anterior e um recuo de 12,5% em relação à média das últimas 12 safras.
Desde o começo do ano e antes da pandemia do novo coronavírus, a análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontava uma menor produção de laranja ao longo da safra atual. A expectativa era que isso poderia equilibrar o preço da fruta em 2020 – já que a demanda industrial continuaria firme.
No entanto, o isolamento adotado para combater a covid-19, com o fechamento de bares, restaurantes e outros serviços de alimentação, derrubou a demanda em abril. Por outro lado, os citricultores do estado de São Paulo intensificaram a colheita, o que foi suficiente para afetar o preço dos cítricos no mercado.
Em abril, os preços de quase todas as frutas cítricas, como tangerina poncã, laranjas hamlin e pera, tiveram uma baixa em relação a março e continuam mantendo essa tendência no início de maio. O único produto do segmento citrus que teve uma valorização considerável no mercado foi a lima ácida tahiti.
No final de abril, a lima ácida tahiti foi negociada e colhida a R$ 16,02 por caixa de 27 kg, o que representou uma queda de 5,5%. No entanto, a retomada das exportações favoreceu o produto, que reverteu a tendência de baixa. Na primeira semana de maio, a tahiti foi comercializada a R$26,55 por caixa de 27 kg, colhida, com uma alta semanal de 65,7%.
A laranja hamlin fechou abril negociada na média de R$ 25,02 por caixa de 40,8 kg, na árvore, baixa de 18,7% em relação a março. A média do mês da laranja-pera foi 8,15% inferior à de março, fechando a R$ 32,47 por caixa de 40,8 kg, na árvore.
A tangerina poncã continuou a ser desvalorizada devido à maior oferta e ao baixo ritmo das vendas, com média de R$ 25,34 por caixa de 27 kg, na árvore, queda de 8,4% em comparação à semana passada.
Para colaboradores do Cepea, o cenário de oferta acima da demanda no mercado de citrus deve permanecer em maio, o que tem deixado citricultores apreensivos quanto ao comportamento dos preços em junho. A chegada de dias mais frios, período em que as vendas de cítricos geralmente se desaquecem, deve trazer queda da demanda.
Na indústria, mesmo com a previsão de maior oferta em maio, o processamento deve permanecer limitado no início do mês, devido à moagem tardia, devendo ser retomado com força apenas em julho. Esse cenário, inclusive, faz com que frutas precoces sejam destinadas exclusivamente ao mercado de mesa.
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Fonte: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), HfBrasil e Fundecitrus.