Chamados de Robustas Amazônicos, o café da espécie Coffea canephora pode ser a primeira Indicação Geográfica sustentável do mundo
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A região chamada de Matas de Rondônia está perto de ser reconhecida com uma Indicação Geográfica (IG) pelos grãos de café da espécie canéfora (Coffea canephora), também chamados de Robustas Amazônicos. Quinto maior estado produtor de café no Brasil e terceiro maior cultivador da espécie canéfora, Rondônia se destacou no ramo da cafeicultura pelo trabalho sustentável nas plantações.
E qual é o mérito de receber uma IG? Ela serve como um meio de reconhecer a qualidade de um produto e relacioná-la ao local no qual é produzido. O Robusta Amazônico de Rondônia se apresenta como uma espécie única de café, que, segundo a Embrapa Rondônia, é resultado de 4 décadas de interação entre genética, ambiente e manejo. Com seu sabor e aroma marcantes, além da suavidade na doçura e acidez, corpo aveludado e um retrogosto único, a produção local do café chamou atenção do Global Coffee Platform (GCP), grupo internacional de suporte a produção sustentável dos grãos.
O reconhecimento de receber uma IG significa valorizar os anos de dedicação da agricultura local para produzir um café de alta qualidade e demonstrar ao mercado a importância da região. A gratulação aumentaria ainda mais a atenção dos produtores de café do planeta para o Robustas Amazônicos.
Os 15 municípios que limitam a área das Matas de Rondônia têm como característica, em grande parte de suas produções de café, a agricultura familiar e a colheita manual. Buscando gerar valor para a comunidade local, os grãos de origem amazônica são resultado de trabalho de campo e de pesquisa sustentável. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cafeicultura tem grande impacto social no estado.
Os municípios participantes da IG detêm 60% da área de lavouras de café no estado e são responsáveis por 87% da produção dos grãos em Rondônia. Economicamente, a agropecuária nesse local tem uma associação cultural muito forte, e o trabalho desenvolvido na produção de cafés canéforas gera impacto na vida de mais de 300 mil pessoas. A região da IG Matas de Rondônia é dona da área de maior preservação de variedade genética nos cafezais do País.
Com o mercado cada vez mais voltado para a produção de cafés gourmet e finos, os cafés canéforas, que têm pouca exploração nesse ramo, ainda têm muito espaço para se desenvolverem e chamarem atenção. Com solos planos e agricultáveis, além do clima favorável, a região de Rondônia se mostra com grande potencial para a produção de Robustas finos, puros ou híbridos.
A alta média pluviométrica e as fortes temperaturas do principal representante da cafeicultura amazônica fazem com que o crescimento dos grãos de café seja vigoroso e se destaque na comunidade. Os Robustas finos são cafés com características sensoriais muito marcantes, com corpo e neutralidade tradicional dos cafés canéforas, mas nuances similares a chocolate, nozes e frutas. Esses aspectos fazem com que ele se destaque dos demais.
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Fontes: Embrapa; Inpi; Global Coffee Platform;