Entre a preocupação com a saúde, indulgências e mais refeições feitas em casa, consumo de hortifruti oscilou bastante na pandemia
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Os últimos meses foram uma montanha-russa para o setor de hortifruti, como mostram análises realizadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Universidade de São Paulo (Cepea). Logo no início da pandemia, o mercado foi severamente prejudicado pelo fechamento de bares e restaurantes, que são grandes consumidores de frutas e hortaliças frescas. Essa queda, em parte, foi compensada pelo aumento das refeições feitas em casa e compradas via delivery. Mas, desde então, os hábitos de consumo desse tipo de produto pelos brasileiros apresentaram grandes oscilações.
Ainda no período inicial de isolamento, o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP realizou uma pesquisa que demonstrou um crescimento no consumo de comida caseira e fresca, possivelmente estimulado pela preocupação com a saúde: 44,6% das pessoas relatou consumir frutas, hortaliças e feijão em maio, contra 40,2% em janeiro e fevereiro.
Em contrapartida, segundo informações divulgadas pela revista Hortifruti Brasil, do Cepea, a redução das idas ao supermercado fez com que o comércio registrasse uma queda nas vendas de itens mais perecíveis, afetando o setor. Além disso, com a continuidade do isolamento e das privações impostas por ele, muitos brasileiros começaram a deixar a alimentação saudável de lado e passaram a optar por alimentos como doces, lanches e massas.
Mais recentemente o setor testemunhou uma nova mudança com a abertura gradual de bares e restaurantes, além da perspectiva do retorno às aulas presenciais. A recuperação dos pedidos de food service é importante, em especial para escoar as frutas e hortaliças fora de padrão.
Sendo assim, as análises não definem uma única tendência para o setor nesses últimos meses. De maneira geral, os 13 itens de hortifruti cujos preços são monitorados pelo Cepea registraram preços ligeiramente superiores àqueles de 2019. Porém, como a oferta não foi maior, os produtores acreditam que eles poderiam ter aumentado ainda mais caso a demanda tivesse realmente crescido.
Nesse contexto, produtores relataram ao Cepea estar preocupados com um possível aumento da oferta e queda dos preços nos próximos meses. Para permitir que a demanda aumente e a conta feche de forma favorável aos produtores, os analistas indicam que o setor precisa diversificar seus canais de venda, apostando na venda eletrônica e em produtos mais prontos para o consumo.
Por fim, outra análise interessante diz respeito ao impacto da renda no consumo de frutas e hortaliças. De acordo com informações da consultoria Nilsen, divulgadas pela revista Hortifruti Brasil, os hábitos de consumo foram diferentes entre brasileiros mais afetados economicamente pela pandemia e aqueles menos prejudicados.
O primeiro grupo está cortando despesas, buscando promoções e priorizando gastos essenciais, enquanto o segundo busca reproduzir a experiência gastronômica de bares e restaurantes dentro de casa, com receitas mais elaboradas e pedidos de delivery.
Sendo assim, a publicação aponta que os Ceasas, os sacolões e as feiras — que atendem ao público mais afetado economicamente — registraram queda nas vendas. Já as redes de varejo voltadas às classes mais abastadas aumentaram seu faturamento com frutas e hortaliças no período.
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Fonte: Hortifruti Brasil/Cepea.