Retomada verde abre oportunidade para biocombustíveis - Summit Agro

Retomada verde abre oportunidade para biocombustíveis

18 de outubro de 2020 4 mins. de leitura

Crise provocada pelo coronavírus aumentou a preocupação com questões ambientais, favorecendo o mercado de combustível produzido a partir de biomassas

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A pandemia do coronavírus deve remodelar a sociedade mundial em vários aspectos. Algumas questões, como a preocupação com as mudanças climáticas, se tornaram mais evidentes. A principal aposta mundial para sair da crise provocada pela covid-19 é uma retomada verde, o que abre a oportunidade para o mercado de combustível a partir de biomassa.

O Brasil é pioneiro no desenvolvimento de fontes de energia renováveis como alternativa estratégica ao uso de petróleo. No País, cerca de 45% da energia e 18% dos combustíveis consumidos são renováveis. No resto do mundo, 86% da energia vêm de fontes energéticas não renováveis.

Os dois principais biocombustíveis líquidos usados no Brasil são o etanol da cana-de-açúcar e o biodiesel. Mas a produção de combustíveis verdes inclui também o biometano, produzido a partir de resíduos orgânicos agropecuários e resíduos urbanos, e a mistura de biocombustíveis no querosene de avião.

Mercado em crescimento

biodisel
Biodiesel ainda tem grande potencial de crescimento no Brasil. (Fonte: Shutterstock)

O etanol e o biodiesel são as principais fontes de energia renovável, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE). Os dois combustíveis representam 50% do consumo energético global de origem sustentável, um volume quatro vezes maior que a energia solar e eólica combinadas. 

Em 2019, a produção mundial de combustíveis verdes bateu o recorde: 162 bilhões de litros. O setor cresceu 3,7% em 2019 e, até 2025, a produção global deve atingir 222 bilhões de litros. Atualmente, o setor está avaliado em US$ 170 bilhões por ano.

Demanda por etanol

refinaria de álcool
Retomada após crise do coronavírus pode esquentar demanda por álcool produzido a partir da cana-de-açúcar. (Fonte: Shutterstock)

Ao longo de agosto, a demanda por etanol nas distribuidoras brasileiras teve um aquecimento, o que foi refletido no preço do produto. A média das cotações do mês em Paulínia alcançou R$ 1.792/m³, uma valorização de 5,5% em comparação com a média de R$ 1.698 registrada em julho.

No entanto, a competitividade do combustível renovável não foi afetada nas bombas dos principais estados. A paridade com a gasolina continuou em 65%, devido aos reajustes de preço do combustível fóssil na refinaria.

Tendências

Nos últimos 12 meses, o etanol perdeu participação no mercado. Enquanto em julho de 2019 29,1% do combustível vendido no Brasil eram de álcool hidratado, a presença do combustível no mesmo mês de 2020 foi de 26,7%, quando o volume total de vendas ficou em 1,5 bilhão de litros — uma redução de 13% no período.

Apesar disso, a tendência em curto prazo é de alta. Em comparação com as vendas em junho, o álcool registra uma alta de quase 14%, o que pode significar uma retomada do consumo que deve favorecer as cotações.

A produção do etanol anidro foi reduzida devido à atenção dada pelas usinas ao etanol hidratado e ao mix açucareiro elevado. Enquanto isso, o consumo da gasolina C, com adição do anidro, tem crescido, o que pode resultar em elevação de preços em virtude da alta demanda e da baixa produção.

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Fonte: Agência Nacional de Petróleo, Itaú BBA Agro e Agência Internacional de Energia (AIE).

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