Com fama de vilã do meio ambiente, pecuária pode apresentar saldo ambiental positivo com o uso de formas sustentáveis de produção
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A pecuária é comumente associada à degradação ambiental, uma vez que a criação de bovinos libera na atmosfera gases de efeito estufa tanto pela digestão dos animais quanto pelo desmatamento. Entretanto, a relação da pecuária com o meio ambiente não precisa ser, necessariamente, negativa.
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A produção, se feita de forma eficiente, evita perdas de recursos e aumenta a sustentabilidade. O uso de tecnologia de manejo pode ajudar o setor nesse quesito, tendo, inclusive, contribuição positiva para diminuir os efeitos das mudanças climáticas.
Um artigo publicado na revista científica Nature Climate Change afirma que é possível aumentar a produtividade de carne bovina no Brasil e ao mesmo tempo reduzir as emissões de poluentes e evitar o desmatamento. Um modelo detalhado, com processos de recuperação de pastagens, controle de emissões de animais, diminuição do desmatamento e ajuste da dinâmica do carbono orgânico do solo foi desenvolvido para o cerrado brasileiro.
A sustentabilidade na pecuária engloba um conjunto de práticas para a criação de animais utilizando técnicas que reduzem os danos causados à natureza. Quanto maior é o uso da tecnologia de manejo na pecuária, menor é o custo ambiental por quilograma de produto e maior é a sustentabilidade do sistema de produção.
Solo exposto ou mal trabalhado, planta desnutrida e com baixo desenvolvimento radicular e animal com pouca eficiência alimentar pela administração incorreta das pastagens resultam em perda de produtividade e aumento da emissão de poluentes.
A adoção de tecnologias de manejo, das mais simples, como divisão de pastos, às mais complexas, como melhoramento genético, pode ser um grande impulsionador para o desenvolvimento sustentável da atividade pecuária. Confira algumas ferramentas tecnológicas.
Os sistemas de Integração de Lavoura-Pecuária (ILP) e Integração de Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) associam diferentes culturas para aumentar a produtividade aliada à sustentabilidade. Esses processos recuperam áreas degradadas, reduzem riscos de erosão e trazem eficiência ao uso de insumos.
O consumo de água para produzir carne bovina pode chegar a 15 mil litros por quilo, conforme média mundial. Controlar essa quantidade, direta e indiretamente, ao longo de toda a cadeia produtiva, desde a produção do alimento até o abate, pode subsidiar a formulação de práticas no campo e políticas públicas sobre o uso do bem.
Estratégias genéticas para melhorar a eficiência de produção e da qualidade da carne bovina ajudam a extrair o melhor de cada raça para obter animais adaptados às condições de onde são criados. O manejo aumenta o potencial de ganho de peso com redução no tempo de engorda, refletindo diretamente na produtividade e na sustentabilidade.
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Fonte: Universidade Federal de Lavras (Ufla), Revista Safra, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).