Ideal para cultivo orgânico, o café arara combina vigor e produtividade

18 de julho de 2019 3 mins. de leitura
Premiado, o café de frutos amarelos é resistente a doenças e tem produtividade maior que a do catuaí

Considerado uma das melhores opções para o cultivo de café, o grão arara tem provado seu conjunto de qualidades únicas e de grande valor comercial.

As plantações chamativas do arara, repletas de grãos amarelados, espalham-se cada vez mais pelas fazendas de Minas Gerais. O material, que vem do cruzamento entre sarchimor, catuaí e icatu, reúne resistência, vigor, produtividade e qualidade dos frutos e grãos.

(Fonte: EPTV/Reprodução)

Desenvolvido por técnicos do antigo IBC e da Fundação Procafé, o arara se tornou uma ótima alternativa para novos plantios. O porte baixo da planta e seus longos ramos favorecem a colheita manual e seletiva, o que aprimora a qualidade do produto e eleva seu valor comercial.

Nos últimos anos, a fundação fez avaliações do café em 19 campos de Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná. Sua resistência permitiu a adaptação climática em todas essas fazendas. Ademais, a média de 54 sacas de produtividade superou em 35% a da variedade mais popular do País, o café catuaí (40 sacas, em média).

Vigor invejável

José Braz Matiello, pesquisador da Fundação Procafé e responsável pelo estudo do café arara, destaca que a variedade é pouco afetada pelas doenças mais comuns ao cultivo, como as provocadas pelas bactérias pseudomonas e phoma. A ferrugem, doença principal da cultura, praticamente não aparece nos grãos, o que representa uma grande vantagem sobre o catuaí.

Essa defesa natural também significa economia com defensivos químicos e permite que o fazendeiro opte pelo cultivo orgânico, valorizando ainda mais o produto.

Tal fator foi decisivo para que o gerente de fazenda Lucas Antônio Franco optasse por plantar o café arara em, atualmente, 22 hectares — e com projetos de expandir esse território em mais 24 hectares. Franco afirma conseguir vender as sacas do arara pelo dobro do preço de uma variedade convencional.

Lento, mas eficiente

Sidnei Milani, trabalhador rural, pontua que o café arara oferece um grão maior e de boa qualidade, mais pesado que outros. Por outro lado, o seu tempo de amadurecimento é longo; quando maduro, o fruto ainda é muito rígido para a retirada da semente, então é necessário aguardar até que esteja bem macio para ser colhido, atrasando significativamente a produção.

Em processo de qualificação, 97,7% dos grãos do arara são maiores que a peneira 16, o que agrega valor ao café — cuja bebida já garantiu prêmios nacionais e internacionais.

Ao que indicam os testes, o arara tem grande potencial para aparecer em mais fazendas nos estados brasileiros líderes na produção de café. Suas características são versáteis e se adequam bem a altitudes e aos diferentes climas das regiões cafeeiras. No entanto, não deve reinar absoluto, visto que precisa de um longo período para amadurecimento.

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Fontes: Fundação Procafé e Cafépoint.

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