Algodão: entenda os movimentos do mercado

17 de outubro de 2020 3 mins. de leitura
Apesar de safra recorde, algodão registrou os maiores preços nos últimos dois anos no Brasil, influenciado por dólar e alta no mercado internacional

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O Brasil é o quarto maior produtor mundial de algodão, e o segundo exportador global da pluma, o que faz com que os preços no mercado interno sejam influenciados diretamente pelo valor da commodity no âmbito internacional e pelo câmbio. Esses dois fatores fizeram com que o produto tivesse valorização de 19% nos últimos seis meses.

A alta de preço acontece apesar do anúncio de mais uma safra recorde e de notícias de aumento do estoque internacional do produto. Na safra 2019/2020 foram colhidos 2,9 milhões de toneladas de algodão, o que representou aumento de 5% se comparado à produção anterior, conforme dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), o preço do algodão passou de R$ 2,65 por libra-peso em maio para R$ 3,16 em setembro. O movimento de alta acompanhou o preço internacional da commodity, que subiu 6% no período, e principalmente a valorização do dólar, que teve alta de 40% em 2020.

Exportações de algodão

plantação de algodão
Algodão bate recorde de produção na terceira safra consecutiva. (Fonte: Shutterstock)

De maio a junho deste ano, as exportações brasileiras de algodão e seus derivados têxteis registraram queda de 12,2% devido à diminuição de demanda provocada pela pand

emia, mas isso não afetou a importância das vendas externas para o setor.

Mais de três quartos da produção nacional de algodão da safra 2019/2020 continuam sendo exportados. Os produtores de algodão enviaram 1,02 milhão de toneladas do produto, quando somadas a safra antiga e a nova. O volume representa alta de 63,1% no período, movimentando US$ 1,56 bilhão.

Compras do setor têxtil

Apesar da valorização do algodão, o preço das roupas não deve subir, porque o setor têxtil pode absorver a alta. (Fonte: Shutterstock)

Os consumidores não devem ser impactados pela alta de preço do produto. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) estima que o algodão representa apenas 7% do preço final das roupas, e a associação avalia que a subida do valor da pluma será absorvida pelo setor.

Aos poucos, a indústria têxtil começa a repor seus estoques da matéria-prima com a retomada de atividades da economia. Apesar de a colheita ter avançado rapidamente no Brasil, favorecida pelas condições climáticas, o beneficiamento ainda é pouco representativo por conta da disparidade entre os valores domésticos e a exportação.

Até 27 de agosto, a média da área colhida no País esteve em 83,5%, contudo o beneficiamento ficou em 25%, segundo a Abrapa. Algumas empresas voltaram a realizar novos contratos a termo para a entrega programada nos próximos meses, mas o movimento segue com cautela devido ao receio de que o crescimento do consumo possa não se sustentar.

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Fonte: Canal Rural, Agrolink, Indexmundi, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Revista Globo Rural.

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