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Conheça tecnologia que reduz o uso de agrotóxicos da soja

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A agricultura brasileira enfrenta uma pressão por produtividade. Seja em razão da importância estratégica do agronegócio no País, seja porque o aumento da população mundial demanda um crescimento no abastecimento, espera-se que a produção apresente marcos de produtividade cada vez maiores.

Os números demonstram a importância desse fenômeno: segundo o relatório Visão 2030, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com o objetivo de mensurar o cenário para o agronegócio nos próximos dez anos, estima-se um aumento de 50% no consumo de água, 40% no de energia e 35% no de alimentos.

Campeão no uso de agrotóxicos, o Brasil tem muito para avançar para alcançar alta produtividade de modo sustentável. Mas a boa notícia é que há tecnologias que podem ser aliadas importantes. Conheça um método inovador desenvolvido para o plantio da soja, cuja redução no uso de agrotóxicos pode chegar a 45%.

Customização

Técnica segmenta a propriedade e classifica o risco das pragas por zonas. (Fonte: Shutterstock)

O campo brasileiro vem sofrendo uma tendência de maquinização importante, o que deve se acentuar ainda mais, segundo o relatório Visão 2030. Segundo o documento, a agricultura será transformada pela convergência tecnológica e de conhecimentos na agricultura. 

Os sinais desse processo já podem ser sentidos. Um exemplo está na cultura da soja: até pouco tempo atrás, a ameaça de pragas exigia que o produtor que planta em larga escala se prevenisse com uso de agrotóxicos. Hoje, já é possível uma intervenção menos invasiva.

Um experimento da Embrapa em parceria com a cooperativa paranaense Cocamar permitiu um avanço relevante: o desenvolvimento de um aplicativo que consegue localizar para o produtor os focos de pragas a fim de auxiliar no controle e no uso customizado de agrotóxicos. 

Durante a implementação dos testes, os pesquisadores dividiram a lavoura em três áreas: uma usando a nova técnica, por meio de aplicação de defensivos por zonas de manejo; outra, em que ocorreu o manejo integrado de pragas, mas considerando o controle em área total do talhão quando a população da praga atingia o nível de controle; e uma terceira, em que se aplicou a prática de manejo tradicional.

Segundo a Embrapa, esse método georreferenciado por zonas de manejo permite criar um mapa que revela a localização das pragas. Isso viabiliza um uso menor de agrotóxicos nas zonas menos comprometidas — na pesquisa em questão, a redução chegou a 45%. 

Saúde

Entre os mais de 2 mil defensivos usados na cultura da soja, apenas 155 são pouco tóxicos ou de pouca periculosidade para o meio ambiente. (Fonte: Shutterstock)

Com essa nova tecnologia, ganham o produtor, que gasta menos com o controle, e o consumidor final, que tem acesso a um produto mais saudável. 

Embora a soja seja comumente destinada à ração animal, e não ao consumo humano diretamente, o impacto à saúde humana é relevante devido a um processo chamado de bioacumulação: como os compostos químicos dos agrotóxicos se localizam nas células dos animais, são transferidos para o nível trófico superior durante a ingesta.

Isso quer dizer que, no caso de um bovino comer uma ração elaborada com soja com altos índices de agrotóxico, sua carne estará contaminada e, ao ser consumido pelo homem, o organismo humano acumulará parte dessa carga química oriunda de todo o processo.

Segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva, que analisou dados de 2013 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade de agrotóxicos no campo chega a 7 litros por brasileiro. 

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Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Summit Agro, Abrasco e A Pública.

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