O consumo per capita de vegetais e frutas está em queda desde 2012 no Brasil, segundo dados da consultoria Euromonitor. Apesar disso, o valor gasto com alimentos continua aumentando, tanto pela busca de produtos premium quanto pela elevação dos custos de produção.
As projeções apontam retomada das compras no setor, com a volta ao patamar de uma década atrás, apenas em 2026. No entanto, o consumidor se transformou, principalmente após a pandemia de covid-19, e os produtores rurais devem ficar atentos às novas tendências.
A produção de alimentos tem um ciclo longo e normalmente demora mais para mudar do que as oscilações do mercado. Por isso, é importante se antecipar às transformações para adaptar as fazendas às novas demandas.
Perfis de consumidores
As vontades dos consumidores se transformam, mas não mudam de maneira uniforme. Cada geração tem objetivos e prioriza aspectos diferentes dos produtos. A WSGN, empresa especializada em tendências e projeções de mercado, realizou uma pesquisa que traçou o perfil do consumidor de 2024. Conheça os principais insights do estudo.
- Os baby boomers, pessoas nascidas na década 1960, buscam envelhecer com saúde e priorizam refeições saudáveis.
- Já a geração X, nascida entre 1965 e 1980, procura estabilidade. Essas pessoas estão no topo da carreira e de renda e procuram marcas que transmitam uma imagem de segurança nos alimentos.
- Por outro lado, a geração Y, nascida entre 1981 e 1996, tem uma preocupação maior com a sustentabilidade e deseja consumir produtos mais básicos.
- A geração Z, nascida após 1996, já veio ao mundo com a internet. São consumidores híbridos que vivenciam experiências físicas, mas adoram inovações digitais.
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Principais tendências para o consumo de alimentos
Embora cada geração tenha desejos próprios, as principais tendências para o consumo de alimentos são comuns a todos os grupos. Além de saciar a fome, a globalização estimula os consumidores a buscar produtos capazes de oferecer uma experiência diferenciada e explorar novos sabores com conveniência.
Saiba quais são as principais tendências para o setor.
1. Alimentação saudável
Consumidores associam a alimentação ao bem-estar e à saúde mental, independentemente da faixa etária, do local de moradia e da condição socioeconômica, segundo revelou o relatório Sinais da Fome, realizado pela KPMG.
Mais da metade dos entrevistados considerou que a comida melhora o sistema imunológico e tem poder de cura maior que remédios. Além disso, afirmaram que uma dieta saudável é capaz de aumentar a expectativa de vida.
2. Consumo sustentável
A busca por alimentos sustentáveis é tendência crescente entre consumidores e parece ser um caminho sem volta. No entanto, devido ao aumento do custo de vida, as pessoas não querem pagar a mais por isso. Segundo o Euromonitor, apenas um quinto dos consumidores está disposto a gastar mais em produtos associados a sustentabilidade.
3. Plant-based
A preocupação com o meio ambiente e a busca por uma alimentação mais saudável tem feito consumidores buscarem diminuir o consumo de carne. Dessa maneira, o mercado de alimentos plant-based deve continuar crescendo, impulsionado tanto pelas pessoas que adotaram uma dieta vegetariana quanto pelos chamados flexitarianos.
4. Experiência digital e física
O comércio eletrônico teve um “boom” com a pandemia de covid-19, mas os produtos frescos têm uma desvantagem competitiva nas vendas online. Isso não quer dizer, porém, que a tecnologia não possa ajudar. O consumidor vai procurar conhecer mais as características e os métodos de produção dos alimentos no ambiente virtual antes de realizar uma compra na loja física.
Fonte: HFBrasil, Associação Brasileira de Embalagem (Abre), KPMG